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BRAGA -
Biblioteca Pública evoca Almada Negreiros

A Biblioteca Pública de Braga (BPB) apresenta até 18 de maio uma exposição documental sobre Almada Negreiros, assinalando os 125 anos do nascimento deste artista e escritor português. Há para ver mais de uma centena de publicações ligadas à sua biografia e produção literária, além de evocações e artigos de imprensa. A mostra está patente no átrio desta unidade cultural da Universidade do Minho, situada na Praça do Município, tendo entrada livre nos dias úteis, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30. A iniciativa insere-se no ciclo expositivo “Efemérides” da BPB.

Almada Negreiros (1893-1970) pertenceu, a par de nomes como Fernando Pessoa, Sá Carneiro, Santa Rita e Amadeu de Souza-Cardoso, à primeira geração de modernistas portugueses, cuja revista estético-literária “Orpheu” marcaria a vida cultural do país. A extravagância inicial de Almada Negreiros incluiu ataques violentos e jocosos, como no “Manifesto Anti-Dantas e por Extenso”, classificando as elites como “uma resma de charlatães e de vendidos”.

O “Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do século XX” (1917), que apresentou no Teatro República e publicou na revista “Portugal Futurista”, foi outro marco. “É preciso criar a pátria portuguesa. Sinto a força para não ter, como vós outros, a cobardia de deixar apodrecer a pátria”, referiu, desejoso de indignar as pessoas e induzi-las a construir uma nação de cultura mais actualizada.

No seu percurso, que passou por Paris e Madrid, reinventou-se permanentemente como artista plástico, poeta, ensaísta, romancista, dramaturgo e no bailado. Ficaram conhecidas, por exemplo, as novelas “A engomadeira”, “Saltimbancos” e “K4 O Quadrado Azul”. Colaborou também nas revistas “Contemporânea”, “Athena”, “Presença” e no “Diário de Lisboa”. Como pintor, venceu os prémios Nacional das Artes, Columbano, Domingos Sequeira, Gulbenkian e Diário de Notícias. Tem trabalhos em espaços icónicos como a Fundação Gulbenkian, as Gares de Alcântara e o Bristol Club. “As minhas obras devem ser lidas pelo menos duas vezes pelos mais inteligentes e daí para baixo é sempre a dobrar”, comentou. “Surpreender, chocar, invectivar, com a ironia estampada no sorriso e a malícia no olhar era para Almada tão natural como respirar”, definiu Joaquim Vieira na foto-biografia que dedicou àquele artista multifacetado.

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