O Convento de S. Francisco e o Mausoléu de S. Frutuoso são os espaços escolhidos pela Fundação Bracara Augusta para lançar mais um ciclo do programa “Encontros com o Património”, desta vez sobre o Património Medieval.
A primeira sessão realiza-se este sábado, dia 8 de fevereiro, pelas 15h00.
A visita será dinamizada por Luís Fontes.
A participação é gratuita, com inscrições obrigatórias através do link https://www.eventbrite.pt/o/municipio-de-braga-cultura-33444648141 ou através do email [email protected].
PATRIMÓNIO A VISITAR
O convento de São Francisco é um edifício anexo à igreja de São Francisco (paroquial de Real) e ao mausoléu ou ‘capela’ de São Frutuoso, este último classificado como Monumento Nacional.
Na sua forma atual, o convento de São Francisco, fundado no século XVI pelo Arcebispo bracarense D. Diogo de Sousa, corresponde maioritariamente à reconstrução e ampliação iniciada em 1728 com a nova e monumental igreja de São Francisco, patrocinada pelo bispo bracarense D. Rodrigo de Moura Teles.
Na origem está o Mosteiro de São Salvador de Montélios, mandado construir cerca do ano 665 pelo bispo bracarense São Frutuoso, ao lado do seu mausoléu, o qual, na sua planta em cruz grega, revela influências arquitetónicas do mediterrâneo oriental. Do primitivo mosteiro visigótico restam apenas algumas ruínas, mas o mausoléu foi sempre integrado nos sucessivos conventos e acabou por ser restaurado em meados do século XX.
No adro, dominado pela fachada da igreja de São Francisco, conservam-se a Fonte de Santo António e um cruzeiro de ‘pedra de viana’, ambos mandados fazer pelo arcebispo D. Diogo de Sousa, como testemunham as pedras de armas que ostentam.
Através do arco que sustenta o aqueduto que abastece a fonte e o convento, e que foi remodelado no século XVII, acede-se ao caminho vicinal que, no cruzamento dos Quatro Caminhos, se juntava à antiga via romana XIX que ligava Bracara Augusta a Asturica Augusta.
Com a extinção das ordens religiosas em Portugal em 1883-84, o convento de São Francisco foi encerrado. A igreja permaneceu afeta ao uso paroquial, enquanto os restantes edifícios conventuais e a cerca foram vendidos a particulares, que a reconverteram em quinta agrícola.
Em 1997 o convento de São Francisco e parte da cerca foram adquiridos pela Câmara Municipal de Braga, instalando-se em parte da cerca a “Quinta Pedagógica de Braga”.
Em 2015 a Universidade do Minho e a Câmara Municipal de Braga assinaram um contrato de comodato, com o objetivo de promover a reabilitação e uso cultural do convento, que culminou em 2024 com a conclusão da primeira fase das obras de recuperação.