O executivo municipal de Amares aprovou esta segunda-feira, em reunião de Câmara, um pedido de autorização à Assembleia Municipal para a compra do Complexo Termal de Caldelas por um milhão e 100 mil euros. Foi ainda aprovado um procedimento para avançar com um empréstimo bancário que permita formalizar o negócio.
Na discussão do ponto, o presidente da Câmara, Manuel Moreira, disse que a autarquia vai comprar todos os imóveis, à excepção do hotel, passando também a deter a exploração das águas termais.
O autarca acrescentou que está ainda em avaliação o modelo de gestão a assumir no futuro, havendo duas hipóteses: ou a gestão ficar na própria Câmara Municipal ou ser concessionada a uma empresa, tal como obrigatoriamente terá que acontecer com a parte da fisioterapia [ver subtítulo].
Ora, foi precisamente por ter «várias dúvidas e questões» sobre o futuro, nomeadamente que modelo de gestão será implementado, que o vereador Pedro Costa (PS) decidiu abster-se na votação da proposta.
«Estou completamente de acordo quanto à aquisição do património, porque é a sua salvação que está em causa. Esperava, no entanto, que este processo tivesse sido mais amadurecido. Falta bastante informação, nomeadamente a definição do modelo de negócio e o plano de viabilidade», referiu.
Para o vereador socialista, sem que o faça, o executivo está a «pedir um cheque em branco» à oposição.
Manuel Moreira respondeu dizendo que a autarquia «tem todo o trabalho feito» e que nesta fase seria prematuro abordar o modelo de negócio e outras questões mais específicas sobre o funcionamento das termas, «porque a única coisa que está em causa neste momento é a aquisição dos imóveis».
«Este é um processo complexo, que tem que ser submetido à Assembleia Municipal e ao Tribunal de Contas, pelo que levará o seu tempo. Claro que temos uma estratégia, mas só a apresentaremos depois de termos os imóveis no nosso nome», insistiu.
As preocupações foram também partilhadas pelo vereador do Movimento Amares Independente e Solidário (MAIS), Emanuel Magalhães, para quem «é fundamental saber o que se pretende» com aquele património.
«Todos nós queremos o melhor para as Termas de Caldelas, mas quando assumimos uma decisão como esta temos que ter objectivos no horizonte. É necessário um grande investimento ao nível da recuperação do património, que gostaria de ver contabilizado», explicou.
A proposta foi aprovada com os votos favoráveis da maioria PSD/CDS-PP e do vereador do MAIS e a abstenção do vereador do PS.
FUNCIONÁRIOS
O futuro dos funcionários da empresa das Termas de Caldelas é um dos assuntos de maior melindre e que mereceu questões dos dois vereadores da oposição.
«Essa é uma situação que terá que ser resolvida pela empresa, porque a Câmara não pode contratar a não ser por concurso público. Não é possível comprar os imóveis e os trabalhadores. É uma situação a que obviamente estamos atentos», garantiu o presidente da autarquia.
FISIOTERAPIA
A Câmara pretende que o espaço de fisioterapia continue a funcionar, mas não poderá assumir a sua exploração. «Teremos que encontrar uma instituição da área da saúde para o fazer. Sabemos que é uma parte importante para o negócio e que é importante que continue, até devido aos funcionários que emprega», explicou Moreira.