A Câmara de Amares aprovou esta segunda-feira, por maioria, a adjudicação do serviço de recolha do lixo, por 6,3 milhões de euros, à empresa Rede Ambiente, que foi a vencedora do concurso público lançado em setembro passado.
A proposta foi aprovada com os votos favoráveis da maioria “Juntos por Amares”, tendo contado com a abstenção do vereador independente Emanuel Magalhães e os votos contra dos dois representantes do PS, Pedro Costa e Valéria Silva, que reiteraram críticas à decisão.
No final da reunião, em declarações ao jornal “O Amarense”, o presidente da Câmara, Manuel Moreira, disse que esta é a “melhor solução” para “resolver os graves problemas” existentes nesta área. “Percebemos que o município não tinha capacidade para manter o serviço, havia que fazer alguma coisa”, vincou.
Os vereadores do PS voltaram a votar contra, como já tinham feito aquando da abertura do concurso público, por defenderem que o serviço deveria manter-se na esfera municipal e que o novo contrato deixa o novo presidente de Câmara “de mãos atadas”, como disse Valéria Silva.
“Se estivesse na sua posição, a poucos meses de sair, nunca assinaria um contrato de 6,3 milhões de euros que vai condicionar os próximos dois mandatos”, completou Pedro Costa, dirigindo-se especificamente a Manuel Moreira.
Já o vereador independente Emanuel Magalhães absteve-se e defendeu igualmente que a decisão poderia ter sido adiada para depois das eleições autárquicas. “Votei favoravelmente aquando da abertura do concurso porque efetivamente quero ter um serviço melhor, mas no desenvolvimento do processo surgiu a informação de que teríamos disponíveis, no âmbito da CIM do Cávado, cerca de 500 a 600 mil euros para investir nesta área, o que me fez mudar de opinião. No entanto, sou coerente e, por isso, vou abster-me, na linha do que venho assumindo”, afirmou.
Emanuel Magalhães salientou que, tendo em conta a “disponibilidade desse dinheiro para investir em equipamento” para o serviço de recolha de lixo, a decisão de avançar com uma concessão a privados deveria ter sido “reavaliada e adiada para depois do ato eleitoral”, permitindo “tomar decisões mais seguras”.
A proposta de adjudicação acabou aprovada por maioria, tendo contado com os votos favoráveis de Manuel Moreira, Delfim Rodrigues e Cidália Abreu. O vereador do Ambiente, Vítor Ribeiro, não esteve presente na reunião.
A adjudicação terá ainda de passar pelo Tribunal de Contas.
