O presidente da Câmara de Viana do Castelo lamentou este terça-feira a demora da Infraestruturas de Portugal na implementação da solução definitiva de proteção da catenária da ponte Eiffel, provisória há cinco anos, pondo em risco a segurança de peões.
Luís Nobre, que respondia a uma interpelação do vereador independente Eduardo Teixeira, no período antes da ordem do dia da reunião camarária, adiantou que a Infraestruturas de Portugal (IP) tem, desde novembro último, uma solução definitiva para a operação, mas ainda não a implementou.
A necessidade de proteção da catenária da ponte Eiffel, com 146 anos, fica a dever-se à empreitada de modernização e eletrificação da Linha do Minho.
“Foi assumido pelo vice-presidente da IP que em janeiro iniciaria as obras. Já insisti com ele duas vezes. Começa a ser difícil para os vianenses e, para nós, que temos consciência das dificuldades e da dinâmica destes processos, compreender que uma situação provisória tenha cinco anos”, afirmou.
“PODE ACONTECER ACIDENTE GRAVE”
O autarca socialista reconheceu que a classificação, em curso, da ponte metálica como Monumento Nacional, introduz “complexidade” a qualquer intervenção na travessia, mas “é difícil entender” o tempo já decorrido. “Pode acontecer um acidente e grave. É a segurança dos peões que está em causa”, alertou.
Segundo Luís Nobre se a operação “fosse da responsabilidade da Câmara a solução estava encontrada e implementada”. “Já tenho dificuldade em explicar. Dei nota pública e, em privado, de que era preciso implementar uma solução definitiva o mais rápido possível”, vincou.
Luís Nobre desafiou Eduardo Teixeira, deputado eleito pelo Chega na Assembleia da República, a resolver a situação. “Tem uma oportunidade para, na Assembleia da República questionar o novo ministro das Infraestruturas”, afirmou.
Em outubro de 2023, na sequência de uma interpelação da vereadora da CDU, Cláudia Marinho, ao presidente da autarquia, a IP revelou que iria implementar, em 2024, a solução definitiva de proteção da catenária, após parecer favorável condicionado da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).
IP EXPLICA DEMORA
Em resposta, por escrito, a um pedido de esclarecimento da agência Lusa, a IP adiantou estar “a rever o pormenor de fixação dos painéis de acrílico” na ponte centenária, desde 2019, em processo de classificação como Monumento Nacional, “por forma a mitigar o impacto visual da solução a instalar, atendendo ao parecer da DGPC”.
A IP previa contratar a execução das novas vedações no decorrer de 2024, “o que permitirá a remoção das redes provisórias e a reabertura da circulação pedonal do passeio do tabuleiro superior rodoviário da ponte Eiffel existente do lado da via-férrea”.
Segundo a empresa pública, não está estimado o valor a investir nesta intervenção.