As associações responsáveis pelo Caminho da Geira e dos Arrieiros destacam esta terça-feira, em nota enviada, a apresentação do traçado em Braga e a inauguração do primeiro albergue público, em Caldelas (Amares), como «alguns dos momentos mais importantes do projecto, que assinala no próximo domingo o 2º aniversário da homologação pela Igreja de Santiago de Compostela».
As comemorações do 2º aniversário da homologação do Caminho da Geira e dos Arrieiros pela Igreja de Santiago de Compostela foram «adiadas, em princípio para Abril, devido à pandemia que, entre outras razões, condiciona a circulação nas fronteiras luso-espanholas».
Para Abdón Fernandez, um dos fundadores do projecto e presidente da Plataforma Berán no Caminho, «a data mais importante coincide com a apresentação do traçado que fizemos em Braga, em 2017, porque deste então surgiram as iniciativas de divulgação e muitos peregrinos aventuraram-se no caminho».
Na sua opinião, a certificação do itinerário pelo arcebispado de Santiago de Compostela, a 28 de Março de 2019 (faz este domingo dois anos) e a inauguração em Outubro seguinte do primeiro albergue público, em Caldelas, são outras datas importantes.
Já o presidente da Associação Codeseda Viva, Carlos de Barreira, refere «a primavera de 2017, quando chegaram os primeiros peregrinos», como a altura mais significativa. «Mas o melhor momento vivido, a cereja no topo do bolo de muitos anos de investigação, foi a certificação pelo arcebispado de Santiago de Compostela», destaca.
ALBERGUE EM CALDELAS
Carlos de Barreira acrescenta ainda que «um outro momento muito especial foi a inauguração do albergue de Caldelas. Este grande apoio ao caminho, vindo de uma autarquia portuguesa e por sua própria iniciativa, foi uma alegria difícil de explicar em palavras”. Contrapõe, contudo, que «as maiores dificuldades aconteceram quando começaram a chegar bastantes peregrinos, há quatro anos, e faltavam sítios para comer, tomar banho e comer».
«GRANDE AFLUÊNCIA DE PEREGRINOS É A GARANTIA DO ÊXITO»
Para Abdón Fernandez, «a grande afluência de peregrinos é a garantia do êxito» do Caminho da Geira e dos Arrieiros, «do seu reconhecimento, da sua importância e, como tal, não haverá já marcha-atrás no projecto».
Na mesma linha de pensamento, Carlos de Barreira considera que «a recuperação deste traçado deve-se ao trabalho dos peregrinos, que se tornaram os seus melhores embaixadores, fazendo que muitos outros aguardem a abertura das fronteiras para o percorrer».
Na perspetiva do presidente da Associação Codeseda Viva, a adesão dos peregrinos deve-se «à tranquilidade sentida no caminho, bem como à sua beleza natural, com destaque para o Parque Nacional da Peneda-Gerês, onde o caminhante desfruta de um ambiente ideal». A chegada directa a Santiago de Compostela, sem entrar noutras rotas, passando antes na ponte sobre o rio Ulla em Pontevea, «é outro fator destacado pelos peregrinos».
HOMOLOGAÇÃO DO TRAÇADO PELAS ENTIDADES CIVIS
Quanto à homologação do traçado pelas entidades civis, Carlos de Barreira revela que a documentação necessária foi apresentada ao Governo da Galiza, desde 2017, e que em Abril de 2019 houve uma reunião com a Conselharia da Cultura. Em Portugal, o processo também já foi iniciado. «É um processo longo e, como tantos outros, também foi afectado pela pandemia», explica.