Assinala-se hoje o Dia Mundial da Saúde Oral. É uma iniciativa da World Dental Federation (FDI).
Ao assinalar este dia, a Federação tem como objetivo dar visibilidade à saúde oral e reforçar a importância da sua manutenção ao longo da vida.
A campanha do principal órgão representativo da medicina dentária a nível mundial, para o ano de 2024, centra-se na intrincada relação entre a saúde oral e a saúde geral, uma vez que “Uma boca feliz é… Um corpo feliz”.
As doenças orais encontram-se entre as doenças crónicas mais comuns a nível mundial. «Noventa por cento da população mundial está em risco de sofrer de algum problema de saúde oral, como cáries, doenças periodontais (doenças das gengivas) e cancro oral», explica Patrícia Bastos,Especialista em Enfermagem Comunitária Unidade de Saúde Pública – ULS Braga.
«A boca é um espelho do corpo, muitas vezes refletindo sinais de outras doenças. Por exemplo, as lesões orais podem ser os primeiros sinais de infeção pelo VIH e as alterações na aparência dos dentes podem indicar distúrbios alimentares graves», refere.
Aliás, «manter a boca saudável é crucial para manter a saúde e o bem-estar geral”, realça. “Se não forem tratadas adequadamente, as doenças orais podem ter um impacto negativo no resto do corpo, aumentando o risco de doença cardíaca, pneumonia ou cancro».
Para isso, a especialista relembra dicas importantes como: escovar os dentes durante dois minutos, pelo menos duas vezes por dia; utilizar sempre um dentífrico com 1.000 a 1.500 ppm de flúor; no final da higiene oral não passar a boca por água, mas sim cuspir o excesso de dentífrico, pois assim a ação dos compostos fluoretados ou antimicrobianos será mais prolongada; utilizar diariamente fio ou fita dentária para retirar restos alimentares dos espaços que existem entre os dentes e entre estes e as gengivas e, por fim, usar elixires e colutórios para bochecho com uma indicação clínica, pois não são todos iguais e os produtos utilizados podem ter aplicações bastante diferentes.
TABACO E AÇUCARES
Ainda que uma higiene oral deficitária se apresente como o principal fator de risco, a especialista relembra que «para o desenvolvimento de doenças orais, as dietas ricas em açúcares, o consumo de tabaco e o consumo excessivo de álcool são também eles fatores determinantes para a manutenção, ou não, de uma boca saudável».
O consumo excessivo de açúcares é um dos principais fatores de risco das doenças orais, e o «consumo de tabaco aumenta o risco de doenças periodontais e cancro oral, provocando ainda manchas nos dentes, mau hálito, perda prematura dos dentes, perda de paladar e olfato». Por sua vez, o álcool, «pode provocar cárie dentária devido à acidez e alto teor de açúcar, aumentando também o risco de cancro oral».
Para além dos cuidados anteriormente descritos, as consultas com um médico dentista “não podem ser descuradas, devendo acontecer, idealmente, duas vezes por ano”.
CHEQUE DENTISTA
Neste sentido, e com o objetivo de melhorar o acesso a cuidados de saúde oral, o Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral, através da atribuição de cheques-dentista, promove a prestação de cuidados de saúde oral preventivos e curativos a grupos populacionais de particular vulnerabilidade, nomeadamente: mulheres grávidas em vigilância pré-natal no Serviço Nacional de Saúde; crianças com idade inferior a 7 anos; crianças de 4, 7, 10 e 13 anos; crianças de idades intermédias às citadas anteriormente (8, 9, 11, 12, e 14 anos); jovens de 16 e 18 anos; beneficiários do Complemento Solidário para idosos; pessoas que vivem com VIH e utentes em situação de risco aumentado de cancro oral.
Pode verificar os cheques-dentista através da área pessoal do portal do SNS 24, acedendo à secção ‘Os meus registos’, clicando no item ‘Boletins’ e selecionando o separador ‘Boletim de Saúde Oral’. Os utentes de Centros de Saúde que disponham de médico dentista, podem ser referenciados pelo médico de família para consultas de medicina dentária a realizar no próprio Centro de Saúde.
«A maioria dos problemas de saúde oral são evitáveis e podem ser detetados em fases iniciais, por isso a prevenção é a melhor opção. Praticar uma boa higiene oral, aliada a visitas regulares ao dentista é fundamental para manter uma boca saudável e contribuir para a saúde em geral, o bem-estar e a qualidade de vida», finaliza Patrícia Bastos.
