A temporada de furacões no Atlântico de 2024 começa a 1 de Junho e os vai ser uma temporada excepcionalmente activa, avisam os meteorologistas. O Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo prevê 21 tempestades nomeadas.
Se a previsão inicial do Centro Nacional de Furacões, divulgada no passado dia 23, estiver correcta, o Atlântico Norte poderá ver entre 17 e 25 tempestades nomeadas, oito a 13 furacões e quatro a sete grandes furacões até ao final de Novembro. Esse é o maior número de tempestades nomeadas em qualquer previsão de pré-temporada da NOAA.
De acordo com a publicação ‘The Conversation’, as restantes previsões para a temporada foram igualmente intensas: as do Colorado State University, divulgadas em Abril, previam uma média de 23 tempestades nomeadas, 11 furacões e cinco grandes furacões.
Já o Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo prevê 21 tempestades nomeadas.
Essas perspectivas colocam a temporada de 2024 em sintonia com 2020, quando se formaram no Atlântico tantos ciclones tropicais que esgotaram a lista usual de nomes de tempestades: um recorde de 30 tempestades nomeadas, 13 furacões e seis grandes furacões formados, somando 245 tempestades acumuladas.
Então, o que contribui para uma temporada de furacões no Atlântico altamente axtiva?
De acordo com Jhordanne Jones, investigadora em Clima e Extremos Meteorológicos da Purdue University (Estados Unidos) e cientista climática que trabalhou em perspectivas sazonais de furacões, as alterações climáticas afectam a nossa capacidade de prever furacões.
Os meteorologistas e climatologistas procuram duas pistas principais ao avaliar os riscos das próximas temporadas de furacões no Atlântico: um Oceano Atlântico tropical quente e um Oceano Pacífico tropical fresco e oriental.
ATLÂNTICO QUENTE
Durante o Verão, o Oceano Atlântico aquece, resultando em condições geralmente favoráveis para a formação de furacões. A água quente da superfície do oceano – cerca de 26 graus Celsius – fornece energia térmica crescente, ou calor latente, que é libertado através da evaporação. Esse calor latente desencadeia um movimento ascendente, ajudando a formar aglomerados de nuvens de tempestade e a circulação rotativa que pode unir essas tempestades para formar faixas de chuva em torno de um vórtice.
O calor dos oceanos em 2024 é um grande motivo pelo qual os meteorologistas alertam para uma temporada movimentada de furacões.
A temperatura da superfície do mar do Atlântico Norte tem quebrado recordes de calor durante a maior parte do ano passado, por isso as temperaturas já começam altas e espera-se que permaneçam altas durante o Verão.
Um padrão de temperatura de longo prazo conhecido como Oscilação Multidecadal do Atlântico (AMO) também entra em jogo. A superfície do oceano Atlântico no Verão pode ser mais quente ou mais fria do que o normal durante várias temporadas consecutivas, às vezes mesmo a durar décadas.
As fases quentes do AMO significam mais energia para os furacões, enquanto as fases frias ajudam a suprimir a actividade dos furacões, aumentando a força dos ventos alísios e o cisalhamento vertical do vento.
Acontece que Oceano Atlântico está numa fase quente AMO desde 1995, o que coincidiu com uma era de temporadas de furacões no Atlântico altamente activas.
Com Executive Digest
Foto National Geographic