Está aí o ciclo “Da Páscoa ao Pentecostes”, a iniciar hoje, dia 3 de maio, pelas 15h00, com uma evocação musical e patrimonial na Igreja da Misericórdia, em Braga.
A organização está a cargo da Comissão da Semana Santa de Braga.
O evento começa com Elisa Lessa e uma leitura esclarecida do património da Igreja, com destaque para a sua expressão musical. Segue-se a interpretação de obras de Pedro de Araújo – Salve Regina no 6.º tom, Hino de Vésperas a São João, e os Solenes a São João Marcos. O momento inclui, ainda, o Regina Coeli, segundo a tradição gregoriana.
A execução cabe ao Coro de Câmara Masculino da Escola de Música Litúrgica São Frutuoso, sob direção de José Carlos Miranda.
“Da Páscoa ao Pentecostes”
No quadro de Braga 25 – Capital Portuguesa da Cultura, a Comissão da Quaresma e Semana Santa de Braga apresentam o programa cultural “Da Páscoa ao Pentecostes”.
«Trata-se de uma proposta que visa revalorizar o património religioso e artístico da cidade, articulando-o com a música e a reflexão histórico-teológica», explica a comissão.
Sob a responsabilidade da Suonart – Associação Cultural e com direção artística de Elisa Lessa, o ciclo delineia um itinerário estético e espiritual pelas Sete Igrejas.
«A tradição da visita às sete igrejas tem raízes profundas no cristianismo antigo, consolidando-se especialmente durante a Idade Média, como expressão de penitência, oração e peregrinação espiritual. Inspirada inicialmente nos costumes de Roma — onde São Filipe Néri, no século XVI, organizava a visita às sete grandes basílicas — esta prática estendeu-se a outras cidades cristãs de particular importância», acrescenta a organização.
Braga, reconhecida como a mais antiga diocese da Península Ibérica e como a “Roma portuguesa”, acolheu esta tradição, adaptando-a à sua própria geografia espiritual.
Em Braga, a peregrinação tradicional inclui as seguintes igrejas: a Sé Catedral de Braga, a igreja da Misericórdia, a igreja de Santa Cruz, a igreja dos Terceiros, a igreja do Salvador, a igreja do Pópulo e a igreja da Conceição.
A iniciativa começa hoje, 3 de maio, na Igreja da Misericórdia, pelas 15h00.
«O número sete conserva aqui o seu profundo significado bíblico de plenitude e perfeição, ecoando os sete dias da criação e as sete igrejas do Apocalipse», afirma a comissão. «Visitar estas sete igrejas em oração é, portanto, sinal de uma caminhada que abrange toda a vida do cristão, da sua fragilidade à sua esperança na Ressurreição», conclui.
A iniciativa decorre de 3 de maio a 14 de junho. Cada sessão conjuga conferências, concertos e apontamentos musicológicos. Ao longo do percurso, escutam-se repertórios de tradição litúrgica.