O PCP entregou na Assembleia da República uma proposta de criação de Passe Social Intermodal e Inter-regional para os territórios que integram as comunidades intermunicipais (CIM) do Cávado e do Ave, exemplo do que já acontece nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa, e, simultaneamente, uma solução tarifária para os utentes que diariamente circulam entre os territórios destas áreas administrativas.
Em comunicado, a Direcção da Organização de Braga (DORB) dos comunistas considera na proposta que a não inclusão de um conjunto de movimentos pendulares inter-regionais é uma das “insuficiências” do PART – Plano de Apoio à Redução Tarifária, o que, genericamente, contribui para “a insuficiente atractividade do transporte público”.
O PCP aponta como “exemplos mais evidentes” deste tipo de movimentos pendulares excluídos do PART, as deslocações Braga-Porto e Guimarães-Porto. “As soluções até hoje implementadas não são plenamente intermodais.”
“Apontando como objectivo para a actual capacidade de oferta em cada CIM, o respectivo passe intermodal deve custar apenas 40 euros, à semelhança do que já acontece com as duas áreas metropolitanas [Porto e Lisboa], podemos apontar para a necessidade de existir um passe inter-regional intermodal em todas as regiões do país, com as seguintes características: acesso plenamente intermodal nas duas CIM/AM envolvidas e acesso à ligação ferroviária entre ambas”, sustenta o partido.
Os comunistas adiantam que o valor do passe intermoda mensal – que serviria para os autocarros, comboios e metro – deveria ser de 50 euros. “Este valor deve ser reduzido conforme o sistema vá conseguindo garantir uma elasticidade na oferta que hoje não existe devido à falta de investimento concretizado na ferrovia”, defendem.
Segundo a proposta do PCP, o processo deve implicar uma negociação entre as duas CIM, a CP, o Governo e os restantes operadores de transporte envolvidos e deve decorrer durante 2025, “dando prioridade a Braga e a outras regiões, onde esse processo deve estar terminado no primeiro trimestre de 2025”.
Em síntese, a proposta agora entregue pelo PCP no Parlamento pretende alargar à região de Braga, aos territórios que integram a CIM do Cávado e a CIM do Ave, a intermodalidade que há vários anos existe nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa, garantido simultaneamente uma solução tarifária para os milhares de utentes que diariamente circulam entre os territórios destas áreas administrativas.
Recordando que a dia 27 de Outubro, a Assembleia da CIM do Cávado provou uma proposta da CDU que exige a criação de um Passe Social Intermodal e Inter-regional, o PCP espera que na discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2025 “as forças políticas representadas na CIM do Cávado assumam na Assembleia da República a mesma posição que tomaram no plano local”.
O comunicado termina avançado que o PCP irá solicitar “com carácter de urgência” reuniões com as duas CIM para dar a conhecer a proposta.