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OPINIÃO -

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Coronavírus: quão ameaçador poderá ser o surto?

À medida que o surto de Coronavírus se continua a espalhar por toda a China, torna-se cada vez mais importante perceber, de uma forma mais clara, como o vírus se comporta, quais os principais fatores que o determinam e de que forma poderá ser controlado.

Os Coronavírus são uma família de vírus que causam infeções respiratórias. A infeção pode ser semelhante a uma gripe comum ou apresentar-se como doença mais grave, como pneumonia.

Embora o vírus seja uma séria preocupação para a saúde pública, o risco para a maioria das pessoas fora da China é relativamente mais baixo, quando comparado com o da gripe sazonal, que é uma ameaça mais imediata.

A escala de um surto depende da rapidez e da facilidade com que um vírus é transmitido de pessoa para pessoa. Embora ainda se desconheça a forma de transmissão do Coronavírus, os cientistas têm estimado que cada pessoa com o novo Coronavírus pode infetar entre 1,5 e 3,5 pessoas que não usem medidas de proteção eficazes.

Isto tornaria este vírus tão contagioso quanto o do Síndrome Respiratória Aguda Grave, outro coronavírus que circulou na China em 2003 e foi contido depois de adoecer 8098 pessoas e matar 774. Vírus respiratórios semelhantes a este, podem propagar-se pelo ar, envoltos em pequenas gotículas que são produzidas quando se respira, fala, tosse ou espirra.

Se cada pessoa infetada com o novo coronavírus infetar duas a três outras, isto pode ser suficiente para a disseminação do surto, se não forem tomadas medidas para o conter. Comparando-o com um vírus menos contagioso, como o da gripe sazonal, onde cada pessoa tende, em média, a infetar 1,3 outras pessoas, e embora a diferença possa parecer pequena, o contraste do resultado é impressionante: se a cada 5 pessoas infetar, em média, 2,5 outras, a cada 5 ciclos de transmissão do novo Coronavírus estarão infetadas 368 pessoas, que contrastam com apenas cerca de 45 pessoas que podem estar infetadas pelo vírus da gripe sazonal, no mesmo cenário.

Mas os números de transmissão de qualquer doença não são imutáveis, pelo que, podem ser reduzidos através de medidas efetivas de saúde pública, como isolar pessoas doentes e rastrear pessoas com quem tiveram contato. Sendo um vírus em investigação, e não existindo, no momento, vacina, pelo que a prevenção passa por evitar a exposição a este vírus.

Se viajou ou esteve em contacto com viajantes que chegam de Wuhan, província de Hubei, China, há menos de 14 dias, e que apresentem sinais e sintomas de infeção respiratória aguda, com febre, tosse e dispneia (“falta de ar”) e nenhuma outra causa que explique a sintomatologia deve:

  • Ligar para o centro de contacto SNS24 (808 24 24 24), antes de recorrer a serviços de saúde, e referir sempre o histórico de viagens, e/ou contacto com animais e/ou pessoas doentes, seguindo as orientações que lhes forem dadas;
  • Evitar espaços públicos;
  • Lavar frequentemente as mãos com água e sabão;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória, como tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos);
  • Utilizar máscara cirúrgica (se a sua condição clínica o permitir).

Estes gestos simples podem fazer a diferença, numa fase onde ainda se sabe pouco sobre este novo surto. Em caso de dúvida, contacte o seu Médico ou Enfermeiro de Família.

Envie as suas dúvidas e sugestões para [email protected].

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