TERRAS DE BOURO

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Cravos vermelhos regressaram às comemorações do 25 de Abril

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Os cravos vermelhos regressaram às comemorações do 25 de Abril, em Terras de Bouro. Os membros da Assembleia Municipal envergaram na lapela o símbolo maior da Revolução, numa cerimónia que juntou as músicas de Zeca Afonso com poesia e os tradicionais discursos. Dois momentos marcaram esta cerimónia pautada pela lembrança de um tempo que «não pode cair no esquecimento» e que terá que «ficar na memória do futuro».

As regras jornalísticas dizem que se deve evitar o uso de adjectivos na construção de uma notícia. Mas há excepções. E a interpretação, em formato acústico, dos irmãos Rui e Marcos Nogueira do Tema “Grândola Vila Morena” irá ficar na lembrança de todos como um dos momentos marcantes da cerimónia do 25 de Abril de 2018. Fabuloso não chega para descrever o dueto com que os irmãos terrabourenses brindaram os presentes.

Antes José Luís Dias acompanhado pelo filho João Gil protagonizou outro dos momentos da tarde: declamou um poema inédito e de sua autoria, homenageando Carlos Pereira, um filho da terra, recentemente falecido e que mereceu uma emotiva ovação de pé. Antes foi pontuando a sua declamação com músicas de Zeca Afonso.

Chegados aos discursos, as “hostilidades” foram abertas pelo Presidente da Assembleia Municipal. Augusto Braga lembrou que «o 25 de Abril não foi apenas um sonho de liberdade» foi também «um conjunto de valores éticos que foram beber» a esse ideal e que continuam nos dias de hoje. Aproveitou para lembrar os soldados, «muitos deles terrabourenses», que lutaram pela pátria e o caminho que ainda é preciso percorrer «para minimizar as desigualdades sociais e as diferenças entre litoral e interior», por exemplo.

O Presidente Câmara, Manuel Tibo, referiu Abril como «um caminhar nos caminhos do futuro» depois de citar Jorge Palma, “Todos nós pagamos por tudo o que usamos/ O sistema é antigo e não poupa ninguém/ Somos todos escravos do que precisamos/ Reduz as necessidades se queres passar bem/ Que a dependência é uma besta/ Que dá cabo do desejo/ A liberdade é uma maluca/ Que sabe quanto vale um beijo” da canção “A Gente vai continuar”

Para Eduarda Pereira do Movimento Independente “Terras de Bouro O Nosso Partido” o tempo em que vivemos quer «esquecer e desvalorizar o sentido de Abril» mas «faz muito mais sentido, hoje, lembrar as conquistas de Abril». Vitor Fernandes do PS lembrou que «o 25 de Abril foi a ruptura ansiada pela maioria dos portugueses» que trouxe «uma transformação fundamental para um país europeísta e moderno». O PCP, pela voz de Alexandre Pereira, referiu «a falta de condições na agricultura, uma gestão de floresta que não é sustentada, um turismo sem ideias para sobreviver a mais do que três ou quatro dias de sol». E não se esqueceu de referir que «são serviços com os CTT, os bancos, os centros de saúde que combatem a desertificação». Isménia Loureiro do PSD referiu que «a nossa sociedade tem convivido bem com o espírito de Abril» mas deixou um senão: «a liberdade de expressão tem limites que devem ser respeitados».

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