São 500 os trabalhadores da Schmidt Light Metal, empresa de produção de moldes para a indústria automóvel, em Oliveira de Azeméis que, recentemente, declarou insolvência. Apesar de continuarem a trabalhar, todos estes colaboradores têm futuro incerto.
Para já, ainda não se sabe como este processo vai terminar o processo. Por isso, na Schmidt Light Metal, fundada em 1989 por Hans Kupper e Ralf Schmidt, o dia-a-dia continua normal, com máquinas e trabalhadores em funcionamento.
«Está a acentuar-se a preocupação entre os trabalhadores”, alertou, ao Jornal de Notícias, Justino Pereira, coordenador Centro-Norte do SITE – Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente.
Segundo o mesmo, a empresa «está a trabalhar a 100%, por vezes com recurso a horas extraordinárias» e «não tem faltado trabalho e os salários estão em dia», assegura.
A empresa «submeteu-se, em 2023, a um Processo Especial de Revitalização (PER). Tinha seis meses para encontrar um comprador do grupo, mas isso não aconteceu e houve também credores que apresentaram recurso», apontou ainda, ao jornal referido.
Com este pedido de insolvência, «não significa que a empresa vá encerrar», aponta ainda, isto porque «tem um volume de negócio muito interessante. Estamos a acompanhar a situação e os trabalhadores», garante.
Os trabalhadores evitam falar no assunto, já que lhes traz insegurança. Um deles, em anónimo, deixou declarações ao Jornal de Notícias: «Estamos todos na expectativa. Ainda temos esperança de que uma empresa como esta não feche», disse.
A insolvência da fábrica foi declarada pelo Tribunal de Aveiro e está, agora, a decorrer o prazo para a reclamação de crédito.
A verdade é que o setor automóvel tem enfrentado um aumento no desemprego. Segundo o Instituto de Emprego e Formação Profissional, em fevereiro de 2025, o número de desempregados cresceu 31,7% em relação ao mesmo mês de 2024, atingindo 2524 pessoas no setor.
O possível fecho da Schmidt Light Metal pode agravar o cenário. E não é a única empresa em risco. O Jornal de Notícias reuniu uma lista de situações semelhantes à de Oliveira da Azeméis.
A fábrica de Ovar, da Yazaki Saltano, também anunciou que vai despedir 364 trabalhadores em março, por estar «afetada pela situação crítica da indústria automóvel»
Já a fábrica espanhola do mesmo setor, Cablerías Manufacturing, fechou em meados de 2025, com 250 operários a irem parar ao desemprego. A empresa tinha dívidas de 6,2 milhões de euros.
A Coindu, em Arcos de Valdevez, também fechou, deixando 350 pessoas sem trabalho.