Procurar
Close this search box.
Procurar
Close this search box.
SALÁRIOS (País)

SALÁRIOS (País) -
Desigualdade salarial em Portugal: Homens ganham mais 242€ do que as mulheres

O rendimento médio salarial líquido das mulheres em Portugal era de 1.069 euros por mês no quarto trimestre de 2024, isto é, 18,2% inferior ao dos homens (menos 242 euros), que se situava em 1.311 euros.

Em 2024, ao quarto trimestre, o rendimento médio salarial líquido das mulheres portuguesa fixava-se nos 1.069 euros por mês, um valor que é menos 242 euros que os homens que recebem 1.311 euros.

Esta é uma diferença de 18,2%, como mostram os dados da CGTP, que destaca que «este diferencial agrava-se nas qualificações mais elevadas».

«Entre quadros superiores ultrapassa os 700 euros (um diferencial de 26% que se agravou face a 2021 e 2022)», refere ainda.

Ainda, 15,5% dos homens tinham empregos precários no final de 2024, enquanto nas mulheres a fasquia subia para 16,2%, revelando-se mais um ponto onde são o grupo prejudicado. Além disso, era «particularmente elevada entre as trabalhadoras mais jovens», sendo 52,5% entre as menores de 25 anos e 24,9% no grupo dos 25 aos 34 anos.

Ao final de 2024, cerca de metade da população desempregada (51%) eram mulheres e a «cobertura das prestações de desemprego é muito baixa assim como o valor das prestações», com apenas 44% das mulheres a terem proteção social de desemprego.

Duas em cada três mulheres trabalhadoras em Portugal recebiam uma remuneração base de até 1.000 euros brutos por mês em 2024 e a uma parte delas aufere apenas o salário mínimo nacional.

«As condições de vida das mulheres trabalhadoras têm-se agravado fortemente com o custo de vida a aumentar, o acesso à habitação cada vez mais dificultado e os serviços públicos a desagradarem-se por opção e ação deliberada do Governo», diz, ainda, o estudo elaborado pela Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens da CGTP.

Com base nos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a CGTP conclui que em novembro de 2024 a força de trabalho feminina era composta por 1.996.162 mulheres, sendo que 63,8% recebiam uma remuneração base até 1.000 euros brutos por mês, sendo quase dois terços da população feminina empregada.

Dessas, «377 milhares ganham apenas o salário mínimo nacional, ou seja, uma em cada cinco trabalhadoras (19%)», refere o estudo. O salário mínimo nacional fixava-se em 820 euros em 2024.

Por outro lado, a percentagem de homens a ganhar até 1.000 euros brutos era menor, sendo 59,1% do total de 2.354.282 trabalhadores homens, segundo a análise feita às declarações à Segurança Social.

Segundo a CGTP, estes «baixos valores» de prestações e «cobertura insuficiente» resultam «numa elevadíssima taxa de pobreza entre as mulheres desempregadas», com a taxa a ser de 43% «mesmo após transferências sociais». Sem estas, chegaria 64%.

«Os salários baixos levam muitas trabalhadoras a ter de recorrer a mais do que um trabalho para conseguirem fazer face ao custo de vida», aponta CGTP e refere, ainda que no último trimestre de 2024, «cerca de 125 mil trabalhadoras tinham uma segunda atividade profissional», sendo 5% da força de trabalho feminina empregada.

A CGTP marca a semana da igualdade entre 5 e 12 de março, com o Dia Internacional da Mulher celebrado a 8 de março.

[email protected]

Partilhe este artigo no Facebook
Twitter
COMENTÁRIOS
OUTRAS NOTÍCIAS