O aumento do preço da factura da água, saneamento e resíduos sólidos, de 102% no caso dos domésticos e de 80% nos não domésticos, foi levado à Assembleia Municipal de Terras de Bouro, esta sexta-feira, pela deputada Eduarda Pereira, do movimento Terras de Bouro – O Nosso Partido.
Reportando-se a «vários anos acumulados de má gestão», disse não se recordar, «mesmo a nível nacional», de aumentos desta ordem, questionando o «porquê de penalizar os terrabourenses desta forma».
Na resposta, antes da ordem do dia, o presidente da Câmara, Manuel Tibo, disse que o actual executivo «herdou o processo» e frisou que tais aumentos foram obrigatórios, tendo em conta a não actualização das tarifas nos anos anteriores, o que «impede que o Município se candidate a fundos comunitários nessa área».
«Ainda vai a tempo de me dar os parabéns por ter a coragem de resolver uma situação de má gestão acumulada. Não fui eu quem a criou. Durante 16 anos, esteve cá um vereador [Luís Teixeira] responsável pela água e pelo saneamento, não serei eu a ficar com o menino nas mãos», apontou.
O líder do PS, Filipe Mota Pires, abordou também a existência de «aumentos brutais» nos preços, embora tenha admitido que deveriam ter sido feitos de forma gradual, «de alguns anos a esta parte», quando os socialistas estavam no poder.
Tibo voltou a responder, classificando a intervenção de Mota Pires como de «pura demagogia».
«O que fez como deputado municipal, em oito anos, para mudar a situação? Alertou o seu colega Luís Teixeira? Nunca o vi nesta Assembleia a insurgir-se com este assunto», apontou.
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