A Comissão Distrital de Protecção Civil de Viana do Castelo vai distribuir, nas próximas semanas, quatro mil sensores de fumo para reduzir o número de incêndios em habitações na região, muitos originados pelos sistemas de aquecimento utilizados, foi divulgado esta sexta-feira.
“Esta iniciativa dá resposta a um problema que tem estado algo escondido atrás do clamor público que resulta do drama dos incêndios florestais, mas que existe e tem dimensão e consequências muito graves”, alertou o presidente daquela entidade, Miguel Alves, citado num comunicado enviado à imprensa.
Para o também presidente da Câmara de Caminha, “os perigos existentes e o especialíssimo contexto imposto pela covid-19”, levaram a Comissão Distrital de Protecção Civil a avançar com a medida.
“Num momento em que as pessoas mais se resguardam em sua casa, quer por causa da covid-19, quer por causa do rigor do Inverno, é nosso dever alertar para os perigos do manuseamento errado de fogo ou de equipamentos de calefacção, olhando para a população mais idosa das aldeias mais isoladas”, reforçou Miguel Alves.
Segundo números da Comissão Distrital de Protecção Civil, “nos últimos cinco anos, foram registadas 889 ocorrências de incêndios habitacionais que exigiram o empenhamento de meios de combate”.
“Na última década, esse número sobe para 1.583 ocorrências que devem merecer a nossa especial atenção”, refere a nota daquela entidade que alerta para “os riscos de um comportamento desadequado e negligente no uso de materiais de calefacção, nomeadamente quanto ao manuseamento de lareiras, fornos a lenha, salamandras, aquecedores a óleo e outros ou termoventiladores”.
A distribuição dos sensores irá processar-se, “em coordenação com as diferentes câmaras municipais”, privilegiando “as pessoas que vivam em zonas de baixa densidade e aldeias mais despovoadas, que vivam em habitações que apresentem situações de maior vulnerabilidade pelo uso habitual do fogo ou de aquecedores no interior das suas habitações”.
Além da distribuição de mais de quatro mil sensores, que será efectuada “em estreita articulação com o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viana do Castelo”, será ainda realizada “uma campanha de sensibilização e mitigação do risco” de incêndio.
“Vamos informar melhor, mas vamos também dar instrumentos de alerta às pessoas, de acordo com a identificação feita pelas autarquias, com o objectivo de evitar danos materiais e, em última análise, salvar vidas humanas”, sublinhou Miguel Alves.