O documentário do projeto MUSAE, coordenado por docentes e investigadores do Politécnico de Viana do Castelo, venceu o Prémio do Júri na categoria de Melhor Curta-Metragem Documental no Tokyo Short Fest, festival internacional de cinema independente no Japão.
Realizado por Flávio Cruz, cineasta e docente do curso de licenciatura em Artes e Cinema Digital, da Escola Superior de Educação do Politécnico de Viana do Castelo, o documentário “MUSAE – A história de um processo criativo em três atos” resulta de um projeto de investigação coordenado, escrito e produzido pelos investigadores Liliana Soares, Ermanno Aparo (ambos docentes dos cursos de licenciatura e mestrado em Design, da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Viana do Castelo e do Polo CIAUD – Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design da Universidade de Lisboa) e Rita Almendra (CIAUD/Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa), com financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
«O documentário foi desenvolvido durante a pandemia, tendo como objetivo explorar novas formas de ligação entre as indústrias criativas e culturais e o setor de produtos de iluminação», explica a instituição.
Através da colaboração com a empresa de Vila Nova de Famalicão, Furnor, o projeto uniu teatro, música e design num processo colaborativo que encontrou nas redes sociais um novo canal de comunicação cultural e promoção de produtos em tempo de crise.
A docente e investigadora do IPVC e do Polo CIAUD – Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design da Universidade de Lisboa, Liliana Soares, explica que o projeto «se apresentou como uma alternativa para o sector das artes performativas repensarem a produção cultural», permitindo, em simultâneo, uma interação diferente entre «o palco do Teatro Municipal Sá de Miranda de Viana do Castelo, alunos da Escola Profissional de Música da cidade de Viana do Castelo, a empresa de iluminação Furnor, as produtoras de áudio e vídeo e a equipa do projeto».
Ermanno Aparo, igualmente docente e investigador do IPVC e do Polo CIAUD – Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design da Universidade de Lisboa, acrescenta que «um dos grandes desafios» do MUSAE passou por «fortalecer a componente societal da Investigação em Design, publicando resultados e processos não apenas em comunicações científicas (o que já aconteceu em revistas e livros do âmbito), mas também de forma mais alargada a todo o público», através das redes sociais, durante o período crítico da pandemia. «É um exemplo de como a investigação pode chegar à sociedade», termina.
O projeto de investigação, que se prolongou durante quase três anos, deu origem a um documentário disponível no YouTube – “MUSAE: A história de um processo criativo em três atos”, encontrando-se também publicado pela editora BytheBook.
Depois de ter sido galardoado, em 2023, com o prémio internacional Muse Design Award, na categoria de produtos de iluminação, e de ter sido semifinalista no Festival Internacional de Cinema de Palermo, em Itália, em 2024, o documentário é agora distinguido no Japão.