O Ministério Público francês abriu uma investigação sobre quatro gigantes da moda e do têxtil, suspeitos “de ocultar crimes contra a Humanidade”, na província de Xinjiang, na China, revelou esta sexta-feira uma fonte judicial em declarações à Reuters.
A Fast Retailing, a Inditex, empresa-mãe da Zara, a SMCP e a Skechers são as entidades visadas pelas autoridades.
Em declarações à Reuters, a Inditex rejeitou todas as acusações, mas deixou claro que “vai cooperar com as autoridades”.
“Na Inditex, temos tolerância zero para com todas as formas de trabalho forçado e estabelecemos políticas e procedimentos para garantir que essa prática não alimenta a nossa cadeia de fornecimento”, defendeu a empresa em comunicado.
Já a SMCP classificou todas as alegações como “falsas”, já que não trabalha “com nenhum fornecedor directo na região mencionada (Xinjiang)”.
A Fast Retailing respondeu às acusações com o mesmo argumento da SMCP e acrescentou que “nem sequer foi contactada pelas autoridades francesas”.
Por fim, a Skechers decidiu remeter a resposta para um comunicado lançado em Março deste ano, onde reitera que “mantém um código ético bastante rigoroso no que toca à escolha dos fornecedores”.
Duas organizações não governamentais (ONG) apresentaram uma queixa num tribunal francês no início de Abril, contra várias multinacionais, “por ocultação de crimes contra a humanidade, entre eles o trabalho forçado”.
A ONU estima que um milhão de pessoas, em grande parte pertencente à minoria muçulmana uigur, em Xinjiang tenha sido submetida a trabalhos forçados, por parte de Pequim.