As dores nas costas são a primeira causa de perda de anos de vida em Portugal. A conclusão é do relatório ‘Global Burden of Disease’, da Universidade de Washington e publicado na prestigiada publicação médica Lancet.
O estudo, que vai na sua 4.ª edição, é descrito pela revista científica como “o maior estudo epidemiológico de sempre”.
O documento aponta as dores na coluna, nas regiões lombar e cervical, como sendo responsável por 7,86% do total de anos de vida perdidos pelos portugueses por morte prematura, incapacidade ou saúde condicionada.
As dores nas costas surge à frente da doença vascular cerebral (6,35%), doença cardíaca isquémica (6,52%), diabetes (3,31%), depressão (3,2%) ou cancro do pulmão (2,85%).
“As patologias associadas à coluna são uma verdadeira epidemia no mundo ocidental”, explica Luís Teixeira, médico ortopedista e presidente da Associação Sem Fins Lucrativos Spine Matters. “Este é um enorme sinal de alerta sobre a frequente desvalorização que é feita sobre as doenças relacionadas com a coluna”, acrescenta.
“Infelizmente, Portugal não está sozinho nestas estatísticas, mas o que estudo demonstra é que o impacto que este problema tem no estado de saúde do país tem vindo a agravar-se ano após ano”, realça o médico.
O ortopedista alerta para a necessidade de se começar a actuar preventivamente para se combater eficazmente esta realidade: “muitas vezes as pessoas precisam de ser confrontadas com estes números para se questionarem sobre se a dor que sentem é normal e sobre se devem continuar a adiar uma consulta com um especialista”.