Sandra Cardoso, 1.ª candidata da CDU à Assembleia da República por Braga, visitou o mercado municipal, onde, no contacto com vendedores e utentes, voltou a apontar o dedo aos grandes grupos económicos como principais beneficiários dos aumentos de preços de bens e serviços essenciais, dos alimentos à energia, dos transportes à habitação. E apresentou propostas para fazer face ao aumento do custo de vida.
Acompanhada por Vítor Rodrigues, vereador da Câmara de Braga, e João Baptista, membro da Assembleia Municipal, Sandra Cardoso destacou, nas conversas que manteve, que, enquanto que “quem vive do seu trabalho é que suporta o aumento do custo de vida”, os grupos económicos “continuam a acumular lucros e a concentrar a riqueza, com o beneplácito do Governo PS e dos partidos à sua direita: PSD, CDS, CH e IL”.
“Segundo os últimos dados, referentes ao 3.º trimestre de 2023, os principais bancos obtiveram 12 milhões de euros de lucro por dia. A Jerónimo Martins e a Sonae obtiveram 744 milhões de lucro, a EDP 946 milhões, a GALP 718 milhões, a NOS 126,4 milhões”, referiu a candidata do PCP.
“As rendas vão subir 6,94%, o maior aumento desde 1994, que acresce aos valores proibitivos de renda que as famílias estão a suportar porque o Governo não quis limitar o aumento. Por outro lado, quem tem crédito à habitação, a perspectiva é que as taxas de juro se mantenham muito elevadas, o que significa que os encargos das famílias com as prestações serão, para muitas, incomportáveis”, foram exemplos que deu no âmbito da habitação.
PROPOSTAS
Já sobre os produtos alimentares, Sandra Cardoso perspectiva que aqueles que estavam abrangidos pelo IVA zero “crescerão 6%, mas certamente não ficarão por aqui e poderão ser bem maiores”. “Aponta-se para valores superiores a 10%.”
“Se as propostas do PCP tivessem sido aprovadas, os preços dos bens e serviços essenciais seriam bem mais baixos e o poder de compra dos salários e das pensões teria sido valorizado. O PS, sozinho ou acompanhado por PSD, IL e CH – todos juntos ou à vez –, impediram o controlo e a redução de preços dos bens alimentares”, disse.
A redução do IVA da electricidade e do gás para 6% e a das telecomunicações para 13%; a limitação da actualização das rendas em 0,43% nos actuais e nos novos contratos; a limitação da actualização do valor das portagens correspondente ao valor de 2022; a gratuitidade dos medicamentos para as pessoas com doenças crónicas, com mais de 65 anos e com insuficiência económica; ou a revogação das taxas sobre os sacos de plástico; e que “os lucros da banca suportem o aumento das taxas de juro”, foram outras medidas que a coligação PCP/PEV viu chumbadas no Parlamento.
“Quanto mais força tiver a CDU, mais condições há para dar combate o aumento do custo de vida e para melhorar a vida dos trabalhadores, dos reformados e do povo”, sustentou.
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