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Esposende submersa em 30 anos se nível do mar não for (já) travado

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À excepção um punhado de cépticos, personificados no Presidente dos EUA, Donald Trump, toda a comunidade cientifica internacional rendeu-se à evidência: o nível dos oceanos está a subir devido ao degelo causado pelo aquecimento global. Em 2050 uma parte substancial de Esposende poderá estar submersa e outras sujeitas a severas inundações costeiras.

Esta uma das conclusões que se retira do estudo publicado na conceituada revista cientifica Nature Communications por Scott A. Kulp e Benjamin Strauss.

Esposende é uma das zonas “vermelhas” assinaladas  no mapa e não está sozinha no norte do país: Caminha, Viana do Castelo, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Matosinhos e Ovar são concelhos em risco. Aveiro, Figueira da Foz, Nazaré, Montemor-o-Velho, os estuários do Tejo e do Sado, e a Ria Formosa também estão sinalizados, a exemplo do que acontece com a Madeira e os Açores.

ESPOSENDE E VIANA

No pior cenário descrito no estudo, do mapa de Esposende desapareceriam, por exemplo, não só todas as praias, mas ainda o Centro Escutista da Apúlia, o Hospital de Fão, a igreja do Bom Jesus de Fão, a Pousada da Juventude, o Parque de Campismo de Fão, o Forte São João Baptista, parte do Parque Natural do Litoral Norte, o Museu Marítimo, Centro Náutico, toda a avenida Eng. Arantes e Oliveira, as estradas para Braga e Viana do Castelo, e os emblemáticos hotéis Suave Mar e Ofir.

Ainda neste cenário, a linha costeira passaria a estar às portas dos Bombeiro Voluntários de Esposende e dos hospitais de Fão e de Esposende.

Em Viana do Castelo, submersos ou inundados arriscam-se as praias, os estaleiros, os fortes de Santiago da Barra, da Areosa e do Paçô, o Centro Cultural, a Biblioteca, a Escola Superior de Tecnologia e Gestão, a Viana Festas, o Parque da Cidade e as Ínsuas do Lima.

CENÁRIOS

Um dos aspectos mais impressionantes do estudo, é que, apesar de mostrar vários cenários, dependendo das medidas que sejam tomadas agora e da rapidez do degelo, e, em função dessas variáveis, um maior ou menor aumento do nível do mar e do número de pessoas afectadas, as previsões para 2050 pouco mudam: parece ser já tarde para que o que fazemos hoje mude alguma coisa daqui a 31 anos.

Isto sucede porque o aumento do nível do mar é já uma das consequências irreversíveis das alterações climáticas. Isso deve-se sobretudo ao degelo dos polos, como assegura um relatório recente do painel internacional de cientistas que assessora a ONU nas questões do clima.

É nas projecções para o final do século, em 2100, que se nota uma grande diferença consoante haja medidas agora ou não, refere ainda o estudo.

No cenário mais optimista (uma rápida redução dos gases de efeito estufa e um degelo menos acentuado), estima-se que na zona vermelha de inundações haverá 340 milhões de pessoas.

Na pior das previsões, com incremento das emissões e portanto um nível de degelo alto, o número de pessoas em risco aumenta para 480 milhões.

“As comunidades humanas concentram-se de forma desproporcionada nas zonas muito baixas da costa. Até agora, acreditava-se que só 65 milhões viviam nessas zonas; com base em dados mais precisos, o estudo aponta para 250 milhões, ou seja, quase o quádruplo”, diz Benjamin Strauss, presidente e CEO da Climate Central, uma organização não governamental, citado pelo Executive Digest.

A Ásia é indicada como o continente mais afectado, com primazia para seis países: China, Bangladesh, Índia, Vietname, Indonésia e Tailândia. De acordo com o estudo, é aí que reside a maioria dos que ficarão em risco com a subida do nível das águas causado pelo aquecimento global. Dos 340 milhões que se estima estarem em zona de risco de inundação em 2050, aproximadamente 237 milhões vivem nesses seis países. A China, com 93 milhões em perigo, é o país recordista.

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