A Câmara Municipal de Viana do Castelo e o Conselho Empresarial Estratégico de Viana do Castelo (CEEVC) apresentaramm esta sexta-feira, a empresários o ‘Estudo de Mercado para o desenvolvimento do Porto de Viana do Castelo’, documento que defende a duplicação da área do porto comercial vianense.
O presidente do conselho de administração da APDL – Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, João Neves, o estudo inclui informações que permitem identificas para que “sentido o porto deve avançar”, considerando que este “é um ponto de partida” para o futuro da infra-estrutura” portuária.
“Precisamos de ter mais área. É o que diz o estudo e acreditamos que se o porto se reorientar, pode crescer”, defendeu, afirmando que podem instalar-se indústrias variadas dentro do porto vianense.
Segundo o estudo, “o factor crítico” de sucesso para o aproveitamento do porto de Viana do Castelo é a necessidade de garantir “amplo espaço” de terrapleno e de cais, que permita a flexibilidade de uso do porto comercial pela carga geral e de projecto relativo à expansão das energias renováveis offshore e consequente logística de equipamentos, nomeadamente de uma rampa adequada que possibilite o acesso de traileres e contentores a navios de maior dimensão, “os quais implicam necessidade de aumento da profundidade do porto comercial”.
“Assim, torna-se pertinente e urgente actualizar o plano de ordenamento e expansão do porto de Viana do Castelo, por forma a dotá-lo de uma maior dimensão, para poder aproveitar as oportunidades, bem como melhorar os seus índices de operação, revertendo todos os pontos que limitam o seu desenvolvimento”, lê-se no documento.
Caso o porto pretenda aproveitar as oportunidades de crescimento do porto comercial, no mínimo, para que seja possível desenvolver as condições actuais da operação, é necessário expandir a área total, de forma a conseguir aumentar a área disponível para armazenagem a descoberto para aproximadamente o dobro, passando dos actuais 5,5 hectares de área disponível para armazenagem a descoberto para cerca de 11 hectares de terrapleno junto ao cais.
Utilizando uma linguagem de operação portuária, este adicionar de valências extra a este porto polivalente significa um ‘upgrade’ à sua polivalência, podendo designar-se de um ‘Porto Polivalente +’.
ECONOMIA AZUL
O presidente da autarquia, Luís Nobre, destacou o facto de diversos stakeholders terem sido convidados a participar neste estudo que pretende “impactar” o presente e o futuro do porto marítimo.
“O envolvimento dos agentes locais, de uma forma diversificada, em todas as actividades do território, desde a pesca até à academia e investigação, é essencial”, declarou, esperando que o porto marítimo “seja o espaço de amarração de todas estas realidades”.
“A economia azul e as energias renováveis trazem-nos possibilidades infinitas e, por isso, este estudo permitiu-nos também pensar e consolidar estas oportunidades”, referiu.
“O porto marítimo tem de ser colocado ao serviço das mais diversas actividades, das que cá estão e das que podem surgir”, reforçou.
O estudo resultou de um protocolo celebrado entre a Câmara Municipal e a APDL – Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana, SA. e pretendeu estabelecer um perfil adequado para a potenciação do uso do Porto Marítimo de Viana do Castelo, nomeadamente no que respeita à movimentação de carga pelo tecido empresarial da região.