Há professores a recusarem visitas de estudo por dúvidas quanto à segurança dos autocarros subcontratados pelos Transportes Urbanos de Braga (TUB), denuncia o ‘Braga para Todos’. O movimento político diz que é a “má comunicação” entre a empresa municipal e as escolas que “está a invalidar passeios dos alunos de vários agrupamentos escolares da cidade”.
Em comunicado ao PressMinho/O Vilaverdense, Elda Fernandes exemplifica com um caso ocorrido na passada segunda-feira, quando uma visita de estudo dos alunos da EB1 de Trandeiras à Quinta Pedagógica “acabou por não acontecer porque os professores recusaram-se a levar os alunos num transporte alugado pelos TUB que não cumpria as normas de segurança”.
No dia seguinte, reporta Elda Fernandes, o movimento político, recebeu uma queixa referente a outro transporte ocasional da responsabilidade da câmara de Braga. Após conversa com professores e encarregados de educação, ficou “claro” que “a situação é recorrente e envolve segurança e gastos de dinheiro público em passeios que acabam por não acontecer”.
Quanto ao caso da EB1 de Trandeiras, a responsável do Braga para Todos’, conta que, como “é normal”, o estabelecimento de ensino solicitou ao agrupamento escolar o transporte à Câmara que, por sua vez, encaminhou o pedido para os TUB, que “subcontrata a empresas, como por exemplo a Transdev, já que transporte de crianças tem especificidades, como, por exemplo, ter no máximo 12 anos e os autocarros da TUB podem ir aos 20 anos”.
“O problema desta segunda-feira, que se repetiu várias vezes neste último ano, é que o transporte enviado pelos TUB, segundo os professores, não é adequado porque não tem o cinto com três pontos exigido, e os professores, ou uma parte deles, não se quer responsabilizar, o que faz com que as crianças, cheias de expectativas, comuns da idade, fiquem por terra, mas o aluguer do transporte é pago pela câmara”, afirma.
Para Elda Fernandes, colocam-se duas questões: “ou os TUB alugam um transporte não adequado o que é gravíssimo porque coloca em causa a segurança de crianças e em matéria de segurança a tolerância é zero; ou então os professores, que já foram multados em viagens para fora do concelho […] têm uma percepção errada da situação, o que, porém, não justifica o silêncio da direcção dos TUB”.
“Quando os TUB sabem que os professores não aceitam ir e cancelam a visita não se questionam porquê? O transporte enviado é adequado ou não? São respostas que todos merecemos ouvi”, frisa Elda Fernandes.
LACUNAS NA LEGISLAÇÃO
O ‘Braga para Todos’ reconhece que a lei do transporte escolar tem “várias lacunas”, como já foi reportado pela APSI- Associação para a Promoção da Segurança Infantil e pela Política de Segurança Pública.
Ou seja: “não é claro se os cintos têm que ter 3 pontos, ou 2. Porém, na generalidade dos sistemas de retenção são referenciadas as versões de 3 pontos”.
“Poderá ser esta lacuna na lei que está a gerar confusão e preocupar os professores, que em caso de incumprimento são os responsáveis”, questiona Elda Fernandes, concluindo que “mais uma vez uma comunicação clara evitava que as visitas de estudo fossem canceladas”.