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“Farmácia da Alma” abriu portas para a Feira do Livro de Amares

Arrancou esta segunda-feria, 2 de Maio, a Feira do Livro de Amares 2022. Até ao próximo dia 15, a Biblioteca Municipal Francisco Sá de Miranda acolhe um evento que integra a XII Mostra Pedagógica, com um programa diversificado e dirigido a todas as idades. A abertura oficial teve lugar na manhã desta segunda-feira, num momento que contou com a actuação da tuna do ISAVE e uma sessão de leitura de textos de José Saramago, dinamizada pela Biblioteca da Escola Secundária. Na apresentação do evento, Manuel Moreira, Presidente da Câmara Municipal de Amares, realçou a importância deste decorrer no «espaço da Biblioteca», após a Praça do Comércio ou a Galeria de Artes terem sido os locais escolhidos para o efeito em edições anteriores.

«É um evento cultural com muito peso no Concelho. O lugar certo para a Feira do Livro é aqui. Temos de passar esta ideia às pessoas de Amares, para que visitem a Biblioteca», afirmou, explicando que o objectivo passa por convencer «pais, filhos, familiares e amigos a circular neste mesmo espaço. É um evento que já percorreu várias espaços, tais como a Praça do Comércio ou a Galeria de Artes, mas continuo a acreditar que é aqui que tem de ser feita a Feira do Livro e é com este espírito e vontade que quero reforçar o convite para que venham cá».

Já Flora Monteiro, directora do Agrupamento de Escolas (AE) de Amares, enalteceu a importância do formato físico do livro e a mensagem que este passa.

«É importante levar daqui a mensagem do livro, que hoje em dia está muito desvalorizado, num mundo em que tudo está à distância de um pequeno dispositivo como um telemóvel. Temos de insistir em levar esta mensagem às crianças e aos jovens, chamando-os para a leitura e tentar fazê-los perceber o fascínio que isso tem», apontou.

Mais à frente, a directora do AE de Amares reforçou que a «leitura traz um crescimento brutal que não se consegue em mais nada. Traz a capacidade de viver vidas que não poderíamos viver se nos limitássemos a nossa. Traz a capacidade de viajar, de contar melhor histórias, de melhorar a comunicação. É algo fundamental na nossa vida independentemente, das idades».

Sobre o formato físico do livro, Flora Monteiro deixou ainda uma consideração: «Perceber que o objecto físico passa gerações e em cada uma delas pode ter uma história diferente, uma narrativa».

Poe outro lado, Arnaldo Sousa, em representação do ISAVE, começou por apontar ser «um gosto» a instituição colaborar na organização desta iniciativa. «Fazemo-lo com o entendimento de estar a cumprir um dever para com este território e vemos esta presença como uma responsabilidade, que nos obriga a estar presentes sempre que essa é entendida como sendo útil», disse.

Antes de terminar, o professor do ISAVE partilhou ainda dois momentos que considerou «emblemáticos» e se relacionam com a temática do livro.

«Os faraós do Antigo Egipto tinham o discernimento de erigir bibliotecas nas povoações mais recônditas. Essas bibliotecas tinham invariavelmente à entrada uma inscrição que dizia o seguinte: “Farmácia da Alma”. Sempre me apaixonou esta dimensão de transportar os livros para uma dimensão paliativa dos males da alma», começou por referir, acrescentando, «até ao séc. XII a leitura estava muito associada ao ritmo e à musica. Nessa altura, não existiam ainda os sinais de pontuação e como o acesso ao papel era difícil, as palavras eram escritas pegadas umas as outras, lendo-se, então, em voz alta e batendo com o pé no chão, como se fosse um metrónomo para poder acompanhar a leitura. Quis evocar estes dois momentos como sendo simbólicos dessa longa e apaixonante história da relação entre o homem, o livro e a leitura, que de alguma forma esta Feira vai continuar.  Que esta possa, simbolicamente, servir como uma valorização do verdadeiro conhecimento e da literatura, numa época em que uma e outra são tão facilmente confundidas com verdades de ocasião. É muito importante que saibamos celebrar a Cultura, a Arte e a criação», explanou.

No encerramento da sessão usou da palavra Cidália Abreu, vice-presidente do Município de Amares, que vincou o facto do programa estar «recheado» de actividades diversas e para todas as idades. 

«Este ano começamos a preparação antecipadamente, sem saber ainda como estaríamos no que toca às restrições devido à pandemia», declarou, agradecendo, de seguida, aos elementos da comunidade educativa que integram a organização do evento. «São transmissores deste conhecimento e do carinho da leitura», notou.

Utilizando a expressão referida anteriormente pelo professor Arnaldo Sousa, Cidália Abreu apelou a que «pais, familiares e amigos» visitem o evento que estará de portas abertas de 2 a 15 de Maio.

«Estão todos convidados a vir à “Farmácia da Alma”. Conhecemos sempre sítios bonitos através do livro e a sua presença física não se compara à presença digital», concluiu.

DE 2 A 15 DE MAIO

São muitas as actividades que ao longo de aproximadamente 15 dias darão vida à Feira do Livro/Mostra Pedagógica de Amares, dirigidas a diversos públicos, dos mais novos aos mais velhos.

Esta iniciativa é organizada pelo Município de Amares, através da Biblioteca Municipal, com a parceria do Agrupamento de Escolas de Amares, do ISAVE e da Rede de Bibliotecas de Amares.

 

 

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