O Centro de Física da Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM) está a criar sensores inovadores e sustentáveis para substituir, por exemplo, os tradicionais botões do interior dos automóveis. A investigação é liderada por Armando Ferreira e Filipe Vaz, num investimento de mais de 1,3 milhões de euros.
Este projeto insere-se no consórcio “Fábrica do Futuro” da Agenda Drivolution, que é coordenado pelo grupo Faurecia, junta 38 parceiros até final de 2025 e tem um investimento de 36 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Esses sensores serão produzidos na forma de “filmes finos nanoestruturados” com propriedades sensoriais de pressão e temperatura e com aspeto decorativo, nomeadamente na cor.
“É um botão físico, algo entre um botão tátil e um tradicional, e que é instalado no tablier”, explica Armando Ferreira. Os “filmes finos” pretendem ser aplicados em moldes de injeção e moldes de prensagem para a produção de componentes do veículo e em peças plásticas do seu habitáculo.
São feitos com uma tecnologia amiga do ambiente que não requer reagentes nem emite contaminantes, levando à diminuição da pegada carbónica. “Estas tecnologias vão contribuir para a transformação digital dos processos e também para a transição ecológica, através de uma utilização mais sustentável dos recursos e do estudo do ciclo de vida dos produtos”, realça o investigador responsável.
A equipa do Centro de Física inclui ainda os investigadores Cacilda Moura, Carlos Tavares, Cláudia Lopes, Joel Borges, Luís Cunha, Luís Rebouta, Luís Silvino e Martin Andritschky e as técnicas administrativas Alcina Ribeiro, Magda Graça e Vânia Araújo.
As ideias que partirem das academias envolvidas no consórcio irão ser validadas em ambiente industrial, nomeadamente nos grupos Moldit e Volkswagen Autoeuropa. A criação de uma “Fábrica do Futuro” inovadora visa o recurso a tecnologias de automação, robótica (indústria 5.0) e internet das coisas (IoT), conduzindo a processos mais eficientes, ecológicos e digitais para alcançar produtos de alto valor acrescentado e mais sustentáveis.
Aos parceiros cabe desenvolver os conceitos, promovendo sinergias e a adoção de soluções tecnologicamente avançadas.