Quase 500 crimes em ambiente escolar foram registados no ano passado pela GNR, que lançou este sábado uma campanha nacional de sensibilização contra a violência nas escolas que conta com a parceria de cerca de 150 municípios do país.
Em 2020, militares da GNR policiaram cerca de 4.500 escolas com mais de 630 mil alunos. Destes, sinalizou mais de 5.600 crianças e jovens e registou 467 crimes em ambiente escolar, revela aquela força de segurança, em comunicado.
A campanha #NãoSouUmAlvo é lançada no dia em que se assinala o Dia Internacional da Não Violência e da Paz nas Escolas e visa “contribuir para a prevenção e para o combate à violência em ambiente escolar”.
“Não obstante estarmos numa altura em que a pandemia covid-19 levou a uma interrupção da actividade lectiva, a Guarda entendeu, ainda assim, desenvolver esta campanha e assinalar a data em questão, dada a sua relevância, com o objectivo de alertar e sensibilizar a população em geral e, em particular, as crianças e jovens, os quais serão as mulheres e homens de amanhã, para a existência de violência exercida nas escolas, muitas vezes caracterizada como bullying”, afirma no comunicado.
Apesar de não se encontrar tipificado na legislação penal como ilícito criminal, o bullying é caracterizado por actos contínuos de violência física, psicológica e/ou emocional, intencionais e repetidos, com a finalidade de infligir dor e angústia, praticados por um indivíduo ou um grupo de indivíduos directamente contra a vítima, que não é capaz de se defender por si só.
Desta forma, poderão estar em causa os crimes de ofensas à integridade física, injúrias, ameaça e coacção, refere a GNR, advertindo que “nas escolas, a maioria destes actos ocorre fora da visão dos adultos e grande parte das vítimas não reage ou fala sobre a agressão sofrida, ocorrendo muitas vezes através dos meios digitais, mais concretamente, nas redes sociais