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Guerra mais próxima? Estados Unidos garantem que “Europa não entra” nas negociações sobre a Ucrânia

Europa será consultada, mas ficará fora das negociações de paz planeadas entre a Rússia, os Estados Unidos e a Ucrânia, revelou o enviado especial de Donald Trump para a Ucrânia, Keith Kellogg. Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, diz Europa precisa “urgentemente” de um plano de acção sobre a Ucrânia e o Presidente deste país, Volodymyr Zelenskyy, defende a criação de criação de um exército europeu.

Questionado sobre a participação europeia nas negociações, Kellogg,  citado pelo The Guardian, afirmou que segue “a escola do realismo, e isso não vai acontecer”.

“Pode soar desconfortável, mas estou a ser bastante honesto”, declarou no sábado, durante a Conferência de Segurança de Munique.

“Aos meus amigos europeus, peço: entrem no debate, não se queixem de estarem ou não na mesa de negociações, mas apresentando propostas concretas, ideias e aumentando os gastos em defesa”.

As declarações de Kellogg causarão preocupação entre os líderes europeus.

Muitos desconfiam de Trump e acreditam que a segurança dos seus países está intimamente ligada ao destino da Ucrânia. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia, Radosław Sikorski, afirmou que o presidente francês, Emmanuel Macron, convocou uma reunião de líderes europeus em Paris para discutir a situação.

Kellogg justificou a exclusão europeia afirmando que um dos motivos para o fracasso de anteriores negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia foi o envolvimento excessivo de países que não tinham capacidade de executar qualquer acordo. “Não vamos seguir esse caminho”, afirmou.

APREENSÃO

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, alertou que a Europa está em risco de ser excluída das negociações e apelou à criação de um exército europeu, no qual a Ucrânia desempenharia um papel central.

Os líderes europeus estão cada vez mais apreensivos com a abordagem de Trump à paz na Ucrânia. Temem que um acordo possa beneficiar os EUA a curto prazo, mas ter implicações negativas para a segurança da Ucrânia e da Europa.

O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, expressou preocupação nas redes sociais: “A Europa precisa urgentemente de um plano de acção sobre a Ucrânia e a nossa segurança, ou outros actores globais decidirão o nosso futuro sem considerar os nossos interesses. Este plano deve ser preparado agora. Não há tempo a perder.”

Kellogg destacou como questões críticas a garantia de que a guerra não recomeça após um cessar-fogo e a garantia de que a Ucrânia será um país soberano.

“Trump precisa de um leque completo de opções”, afirmou Kellogg, acrescentando que “todas as opções estão em cima da mesa” e que espera um acordo nos próximos meses.

Enquanto Kellogg trabalha com contactos na NATO, o enviado para o Médio Oriente, Steve Witkoff, está em contacto com os russos.

Zelenskyy advertiu a Europa: “Os tempos mudaram – os EUA não apoiarão a Europa apenas porque sim. A Ucrânia nunca aceitará acordos feitos nas nossas costas sem a nossa participação. E o mesmo deve aplicar-se a toda a Europa. Nenhuma decisão sobre a Ucrânia sem a Ucrânia. Nenhuma decisão sobre a Europa sem a Europa.”

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Foto: EuroNews

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