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Guimarães insiste na via rodoviária do Avepark após MP travar a obra

O presidente da Câmara de Guimarães reiterou esta quinta-feira a intenção de avançar com o projecto de construção da via rodoviária ao Avepark, depois de o Ministério Público (MP) instaurar uma acção judicial para travar a obra.

O socialista Domingos Bragança foi questionado durante a reunião do executivo camarário pela vereadora eleita pela coligação Juntos Por Guimarães (PSD/CDS-PP) Vânia Dias da Silva sobre o facto de o MP ter instaurado junto do Tribunal Administrativo de Braga uma acção de impugnação de actos administrativos praticados pelo município e pela Entidade Regional da Reserva Agrícola Nacional do Norte (ERRAN-Norte), que viabilizaram a execução desta via.

O autarca explicou, citado pela Lusa, que, na sequência da acção do MP, que tem efeito suspensivo, o município vai apresentar junto do Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Braga “os argumentos, os fundamentos e as razões” que assistem à autarquia, no sentido de ver o projecto concretizado.

Em nota publicada na sua página da Internet, no passado dia 4, a Procuradoria-Geral da República (PGR) explicava que a acção administrativa visava a impugnação de actos administrativos “praticados pelo município de Guimarães e pela ERRAN – Norte, actos mediante os quais foi viabilizada a execução de uma via rodoviária de ligação ao AvePark (6.900 metros)”.

“O fundamento da acção reside na implantação do trajecto em consideráveis áreas da Estrutura Ecológica Municipal e da Reserva Agrícola Nacional, inscrevendo-se a acção pública em causa na tutela jurisdicional dos valores jurídicos inerentes ao ordenamento do território e ao solo agrícola, valores supra individuais, cuja defesa incumbe também ao Ministério Público”, justificava a PGR.

A acção do MP surge após a decisão da Inspecção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT), que, em Maio, solicitou ao MP “a invalidade” da decisão da ERRAN – Norte, que permitia avançar com o projecto da via ao AvePark.

A decisão da IGAMAOT foi tomada depois de uma exposição, enviada em Dezembro de 2022, pela Associação Vimaranense para a Ecologia (AVE), que está contra a construção deste projeto rodoviário que prevê atravessar Ponte, União de Freguesias de Prazins Santo Tirso e Corvite, Santa Eufémia de Prazins e Barco, ao longo de quase sete quilómetros de extensão no concelho de Guimarães, distrito de Braga.

A coligação Juntos Por Guimarães (PSD/CDS-PP) sempre se manifestou contra este projecto, com quase uma década, defendendo, antes, a requalificação da Estrada Nacional 101, com uma “derivação” até ao AvePark e um canal dedicado que ligue Guimarães à Vila das Taipas, como forma de melhorar a mobilidade no concelho.

A vereadora eleita pelo PSD/CDS-PP Vânia Dias da Silva perguntou ainda a Domingos Bragança se o município tem algum projecto alternativo, ou se prefere “persistir no erro” de manter o projecto original de construção de uma via de ligação ao AvePark – Parque de Ciência e Tecnologia de Guimarães.

Na resposta, o presidente da Câmara de Guimarães lembrou que “todas as entidades” que tinham de aprovar o projecto, aprovaram, nomeadamente a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Domingos Bragança assumiu também que “há dinheiro para fazer a obra estratégica para o concelho e para a região”, revelando ter “38 milhões de euros” já aprovados, provenientes do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

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