Confessou o crime, mostrou-se arrependido e pediu desculpa aos rapazes de Amares que importunou sexualmente. A confissão levou o coletivo de juízes do Tribunal de Braga a dispensar as testemunhas de acusação, por estas já não serem necessárias. O julgamento termina, hoje, com a leitura de um relatório social, seguindo-se as alegações finais. O acórdão final será lido dentro de dias.
Conforme o Amarense já noticiou, um homem, de apelido Antunes, de 29 anos, trolha, natural e residente em Amares, vai ser julgado, em outubro, no Tribunal de Braga, por assediar rapazes, de menor idade, no facebook.
Respondeu por cinco crimes: três de abuso sexual de criança, um outro na forma tentada e, ainda, de posse de pornografia de menores. E corre o risco de ir para a cadeia!
PELA INTERNET
O inquérito da PJ/Braga concluiu que o homem, em setembro de 2016, conetou-se à internet e criou o seu perfil naquela rede social. De seguida, adicionou como amigo, um rapaz de 12 anos, e encetou conversas de cariz sexual com ele, enviando-lhe fotos e vídeos íntimos. As conversas no «chat» duraram até fevereiro de 2017: “estou aqui a brincar com a minha cobra. Tu deves ter, também, uma no meio das pernas por onde fazes chichi”, escreveu-lhe. Uns dias depois voltou a falar-lhe na “cobra” e pediu para trocarem fotos. A certa altura, escreve o Ministério Público, o menor disse que ia à casa de banho e o arguido pediu-lhe que lhe mandasse fotos do corpo, “antes de se sentar na sanita e quando estivesse no chuveiro”.
O rapaz não acedeu, totalmente, ao pedido, tendo-lhe, apenas, mandado uma foto com umas cuecas (boxers), e o arguido retorquiu, mandando-lhe várias, também em boxers.
A acusação diz que o homem fez várias vídeo-chamadas para o menor, mas este nunca as atendeu.
ASSÉDIO EM CAFÉ
Em 6 de setembro de 2016, abordou dois rapazes, um com 11 anos e outro com dez, que estavam na esplanada de um café, em Ferreiros. O arguido passeava um cão e quando chegou junto dos «miúdos» disse-lhes: “a pila do cão é maior que a vossa”! Os rapazes riram-se e responderam que “não!”, o que o levou a propor-lhes:”então mostra-a, se és homem!”
De seguida, conseguiu estabelecer contacto, também no Messenger do facebook, neste caso, com um perfil falso, com um deles, tentando aliciá-lo e enviando-lhe fotos de pénis, e incitando-o a ver filmes pornográficos. Manteve, ainda, conversas de cariz sexual com o menor, mas, avisado, o rapaz contou à mãe que se pôs a conversar com o arguido, sem este saber que era ela e não a vítima: “a tua pila está boa?”, perguntava o agressor sexual, entre outras conversas explicítas.
A Polícia veio a conseguir reconstituir todos os atos criminosos que praticou ou tentou praticar na net, e apanhou-lhe, no computador, várias imagens pornográficas de menores e vídeos lascivos do mesmo género. Incorreu, por isso, em crime de pornografia de menores, já que “importou, armazenou, e divulgou pornografia infantil”.
A acusação é suportada pelos depoimentos, gravados em vídeo para «memória futura», dos três rapazes, no testemunho da mãe e dos agentes da PJ que investigaram o caso.