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CIÊNCIA

CIÊNCIA -
Investigador de Amares integra equipa que descobriu enzima com potencial para biocombustível e farmacêutica

O amarense Paulo César Silva integra uma equipa do Centro de Biologia Molecular e Ambiental da Escola de Ciências da Universidade do Minho, liderada por Bjorn Johansson, que descobriu uma enzima com potencial para biocombustível e farmacêutica.

Uma equipa da UMinho e do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley (EUA) descobriu uma enzima que degrada um dos açúcares mais abundantes na natureza, tendo potencial na produção de biocombustíveis e moléculas com interesse farmacológico.

O trabalho, que acaba de sair na conceituada revista Scientific Reports, do grupo Nature, teve o apoio do Programa Fulbright na Suécia e em Portugal e está já a ser alvo de patente nos EUA e na Europa.

A equipa foi liderada por Björn Johansson, do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da Escola de Ciências da UMinho, e integra os portugueses Paulo César Silva (natural de Amares) e Flávio Azevedo.

Os investigadores procuraram microrganismos capazes de consumir um açúcar da madeira (xilose), para esta poder vir a ser usada como matéria-prima na produção de compostos de valor comercial.

Seleccionaram então um besouro do leste dos EUA, que consome xilose graças aos microrganismos que habitam no seu intestino.

Os cientistas analisaram o ADN desses microrganismos e vários genes de interesse foram sintetizados e testados em levedura; um deles revelou-se muito eficiente, permitindo-lhe consumir aquele açúcar da madeira.

A levedura usada foi a de padeiro e da cerveja (S. cerevisiae), que é a mais comum na transformação industrial dos açúcares. Esta levedura só consegue desenvolver-se em xilose quando é modificada com genes de outros organismos que têm essa capacidade, como foi o caso.

Os investigadores verificaram que aquela enzima foi 72% mais eficiente a converter xilose quando comparada à enzima convencional usada até aqui.

Isso ocorreu igualmente quando foi submetida a um contexto de temperaturas mais altas, que são comuns na fermentação industrial.

Registou-se ainda que a actividade específica daquela enzima foi 2.6 vezes maior do que a convencional.

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