AMBIENTE –

AMBIENTE – -
Investigadores da Universidade do Algarve testam formas de afastar golfinhos das redes de pesca

Share on facebook
Share on twitter

TÓPICOS

Share on facebook
Share on twitter

TÓPICOS

Um projecto da Universidade do Algarve (UAlg) está a testar formas de afastar os golfinhos de artes de pescas através de alarmes sonoros, diminuindo a sua mortalidade e os prejuízos para os pescadores. Já esta semana a Comissão Europeia considerava os níveis de capturas acidentais “inaceitáveis”.

“Os ensaios estão a decorrer e no caso das redes de emalhar são muito promissores, com 100% de sucesso na redução das capturas acidentais de cetáceos”, revelou à Lusa a investigadora Ana Marçalo, uma das coordenadoras do projecto iNOVPESCA.

Desde Junho passado que os alarmes acústicos estão a ser testados em redes de embarcações de Olhão, Quarteira (Loulé) e ilha da Culatra (Faro), fazendo a monitorização do sistema para perceber “os seus efeitos e eventual habituação dos animais”.

A habituação dos cetáceos ao sistema pode vir a ser um problema, admitiu Ana Marçalo, já que se trata de animais “bastante inteligentes”.

Numa primeira fase, foi feito um levantamento da captura acidental de animais marinhos (cetáceos, aves e tartarugas) no Algarve, com os resultados a revelarem a pesca do cerco e as redes de tresmalho e emalhar (fixas na coluna de água) como “as mais problemáticas”, principalmente na zona do sotavento (leste).

A conservação das espécies é uma das preocupações do projecto, já que a captura acidental contribui para uma “mortalidade considerável”, além dos prejuízos causados devido aos danos nas artes de pesca, referiu a investigadora.

Mostrando-se optimista face os resultados obtidos nos testes já realizados, Ana Marçalo alertou, no entanto, para o facto de o tamanho da frota tornar “impraticável a colocação dos alarmes em todos os barcos”, o que iria “aumentar o ruído” no ambiente marinho e “afastar os animais do seu habitat natural”.

A instalação dos alarmes fica a “custo zero para os profissionais da pesca”, mas cada um “tem um valor de 2.500 euros” e precisam de ser colocados “a cada 400 metros”, em redes que podem chegar a vários quilómetros.

ALERTA DA COMISSÃO EUROPEIA

A Comissão Europeia enviou cartas aos ministros do Mar de Portugal e de outros 21 Estados-membros da União Europeia (UE), para que encontram soluções para as capturas acidentais de golfinhos e outros animais marinhos nas águas comunitárias.

Na declaração divulgada esta semana, o comissário europeu Virginijus Sinkevičius observa que, em toda a UE, “os níveis de capturas acidentais são inaceitáveis”, podendo levar à “extinção de populações locais de espécies protegidas”.

De acordo com Virginijus Sinkevičius, este problema acontece “em todos os mares da UE”, pelo que defende que os Estados-membros actuem em conjunto para garantir uma “aplicação integral e eficaz” das leis comunitárias.

Share on facebook
Partilhe este artigo no Facebook
Share on twitter
Twitter
COMENTÁRIOS
OUTRAS NOTÍCIAS