A professora e investigadora da Escola Superior de Ciências Empresariais (ESCE) do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), Sofia Rodrigues, integra uma equipa de matemáticos e informáticos, que está a trabalhar com médicos da República Dominicana com o objectivo de desenvolver uma ferramenta informática que possa prever, quatro a seis semanas antes, um surto de dengue.
Segundo o IPVC, os resultados vão ser testados já no primeiro trimestre deste ano e Sofia Rodrigues acredita que será dado “um grande passo” na prevenção da doença.
Este projecto, que pretende criar o desenho de um modelo preditivo de surtos de dengue e sua implementação num sistema de inteligência artificial na Região Metropolitana da República Dominicana, é financiado pelo FONDOCYT (Fondo Nacional de Innovación y Desarrollo Científico y Tecnológico da República Dominicana) e reúne especialistas em Medicina, Matemática e Informática.
Com esta ferramenta informática, adianta o IPVC, a equipa de investigadores pretende ajudar o Sistema Nacional de Saúde da República Dominicana a detectar precocemente surtos de dengue, usando dados climáticos e sociodemográficos.
“Usando dados reais dos hospitais da Região Metropolitana da República Dominicana, e a monitorização em tempo real de variáveis climatéricas, como a precipitação, a temperatura e a humidade, é possível criar modelos matemáticos que prevejam com alguma fiabilidade a emergência de um surto dentro do espaço temporal de duas a quatro semanas”, explica a própria investigadora,
“Os serviços hospitalares poderão estar melhor preparados para o acréscimo de casos de dengue e a população pode tomar medidas de prevenção para não contrair a doença”, assegura
Sofia Rodrigues mostra-se “feliz” por integrar este projecto, até porque foi “encontrada” através das suas publicações on-line.
A investigadora e docente da ESCE-IPVC começou a trabalhar on-line com investigadores espanhóis e norte-americanos ainda em 2019 e com a chegada da pandemia ainda não foi possível reunirem presencialmente nem estarem com os médicos a capital da República Dominicana, Santo Domingo.
Entretanto, já há uma “nova possibilidade” para esta equipa apresentar uma candidatura a outro projecto também associado ao mosquito.