A empresa que detém o Lar de Santiago, em Caldelas, apresentou um pedido de licenciamento para a alteração e ampliação do seu edifício, construindo uma unidade de cuidados continuados integrados de longa duração.
A proposta foi esta segunda-feira aprovada em reunião de Câmara, com os votos favoráveis da maioria PSD/CDS e do vereador do PS Emanuel Magalhães e com as abstenções dos outros eleitos socialistas, Pedro Costa e Valéria Silva.
Com capacidade para 60 camas, o projecto pretende “aproveitar” o piso 0 e grande parte do piso 1 do edifício, onde já está instalada uma Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI), que ocupa parcialmente o piso 2 e a totalidade do piso 3.
Na discussão do ponto, o vereador do PS Pedro Costa afirmou que a autarquia «não está a cumprir o seu papel de regulação» e aludiu à existência de um projecto, «já muito adiantado», do Centro Social e Paroquial de Lago para criar uma unidade de cuidados continuados, justificando assim a sua abstenção.
«É uma resposta extremamente necessária no concelho, mas o que sinto é que a Rede Social não faz o seu papel. Estamos a permitir que um privado faça uma ultrapassagem pela direita a um outro projecto semelhante do Centro Social de Lago, que é uma instituição com décadas de história em Amares e que pretende edificar uma unidade de raiz», referiu.
O presidente da Câmara, Manuel Moreira, disse «perceber a questão», mas sublinhou que este é um investimento totalmente privado e que, da parte do Centro Social de Lago, «o projecto ainda não deu entrada» nos serviços camarários.
Na mesma linha de Pedro Costa, Valéria Silva optou pela abstenção. «Não vou votar a favor quando penso que o meu voto pode de alguma forma prejudicar o projecto de Lago», disse.
Entendimento diferente teve o outro representante socialista, Emanuel Magalhães, que votou favoravelmente a proposta, considerando acima de tudo que «o que mais importa é que o concelho esteja dotado de respostas».
«Há efectivamente um projecto para Lago, que devemos aplaudir e saudar, mas também não devemos cortar as pernas a quem cá pretende investir. É mais uma resposta para o concelho de Amares», frisou.