A CDU esteve esta sexta-feira à porta do Hospital de Braga para mais uma vez defender a defesa da gestão pública da Unidade Local de Saúde (ULS), que integra aquela unidade hospitalar, e do Serviço Nacional de Saúde.
A ação de campanha serviu para Sandra Cardoso, 1ª candidata à Assembleia da República da coligação PCP/PEV por Braga ouvir os profissionais e utentes sobre o futuro na sequência da anunciada decisão do Governo de Luís Montenegro de entregar à gestão privada a ULS Braga, num pacote de cinco hospitais do SNS, mas também das unidades dos cuidados primários de saúde que lhes foram anexadas no início de 2024, por iniciativa do Governo de António Costa.
Para a candidata do PCP, a decisão do Governo PSD/CDS de entregar o hospital a interesses privados “constitui um novo e grave passo na estratégia de ataque e destruição do SNS”.
Trata-se, acrescentou, de “uma decisão inaceitável que lesa os direitos da população no seu acesso aos cuidados de saúde e ameaça os direitos e condições de trabalho dos profissionais”.
É ainda “uma decisão que compromete o interesse público e cria uma instabilidade agravada na gestão das unidades do SNS, a somar à acentuada falta de meios humanos e financeiros e à onda de demissões e substituições de conselhos de administração”, acrescentou, sublinhando que esta resolução é ilegítima por ser “adotada por um Governo derrotado a poucas horas de ser demitido”.
“A CDU não tem memória curta. Durante 10 anos de gestão privada do Hospital de Braga, apesar dos inúmeros problemas que afetaram Braga e a sua população, recordamos a recusa de medicamentos a utentes, a transferência indevida de utentes para outros hospitais, o corte de serviços em várias especialidades médicas ou ainda o encerramento da urgência pediátrica durante a noite”, apontou.
DERROTAR MONTENEGRO
Acompanhada por João Baptista, candidato comunista à Câmara de Braga, Sandra Cardoso considerou o fim da PPP- Parceria Público Privada que geria o hospital bracarense “uma importante decisão para a qual foi decisiva a constante intervenção da CDU”.
“ Como era de prever, desde então mantém-se uma feroz batalha de propaganda, desvirtuando factos, omitindo dados fundamentais, explorando carências reais que persistem, procurando confundir a população e criar as condições para fazer andar para trás o que luta e a contribuição da CDU fizeram andar para a frente”, disse, referindo que os problemas no hospital
não resultam do fim da PPP, “mas sim da falta de investimento no SNS”. “Apesar da persistência da carência de meios por responsabilidade dos sucessivos governos, o Hospital de Braga apresenta indicadores que superaram significativamente a atividade contratualizada com o Estado, em áreas tão relevantes como as primeiras consultas, consultas subsequentes e cirurgias, comprovando o acerto da decisão de reversão da PPP de gestão clínica do hospital”, referiu.
Sandra Cardoso lembrou que a decisão de Montenegro pode ser derrotada nas próximas eleições, garantindo às unidades do SNS e uma gestão pública, democrática, “com autonomia e recursos humanos e financeiros adequados, capaz de responder com qualidade às necessidades das populações como a CDU defende”.