O Núcleo Territorial de Braga do LIVRE considera “inadmissível” o “desmantelamento” da paragem de autocarro na avenida Central, antes localizada em frente ao Recolhimento das Convertidas, no centro da cidade, e a sua transferência para as proximidades do largo Senhora-a-Branca, e reclama a “substituição urgente” da antiga paragem, a custas do hotel que nasce na ‘Convertidas’.
Teresa Salomé refere que esta alteração – “atentatória do bem público e, principalmente, das necessidades dos cidadãos que utilizam os TUB [Transportes Urbanos de Braga]” -, resulta da alienação de parte do edifício das Convertidas para “a construção de um hotel de quatro estrelas que serve, não a população bracarense, mas turistas, cuja visita à cidade de Braga é seguramente bem-vinda, mas que não pode sacrificar a qualidade de vida dos cidadãos residentes na cidade”.
“Em pleno Verão, numa cidade quente, com um número de espaços verdes que teima em ser demasiado pequeno, os cidadãos que necessitam de utilizar esta paragem ‘transitória’ não têm qualquer tipo de estrutura que os proteja do sol e do calor. E, uma vez chegadas as chuvas, não terão qualquer abrigo das mesmas. Não é com situações deste tipo que se promove a tão necessária utilização dos transportes públicos em Braga − uma das cidades com o trânsito mais congestionado do país − nem a descarbonização, nem a diminuição da poluição atmosférica, sonora, visual”, aponta a responsável bracarense do partido.
Lembra que nas últimas Eleições Autárquicas, da reunião do partido com a ASPA, resultou um comunicado conjunto em que se manifestava “a preocupação com o futuro do monumento”.
HOTEL QUE PAGUE
Teresa Salomé defende que a paragem dos TUB em frente ao Recolhimento das Convertidas “nunca deveria ter sido desmantelada”: “é um bem público que deve SEMPRE sobrepor-se aos interesses particulares, não o contrário”.
A responsável critica ainda não ter sido acautelada “a construção da paragem que a substitui em tempo útil, de modo a zelar pelos direitos dos utentes dos TUB”.
“Infelizmente, o mal está feito”, afirma.
É neste contexto que o Núcleo Territorial de Braga do Livre reclama que se “proceda imediatamente à construção da paragem ‘definitiva’ dos TUB na avenida Central que substituirá a anterior”.
Mais: considera que a unidade hoteleira deveria pagar essa construção. “Só assim será possível, não fazer-se justiça aos cidadãos, mas, pelo menos, compensá-los, em parte, por mais uma situação na cidade de Braga em que o bem comum é posto em causa”, conclui Teresa Salomé.