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Manhã ‘tensa’ em Seramil com população em protesto contra o padre. Diz-se «humilhada e discriminada»

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A população da paróquia de S. Paio de Seramil, em Amares, juntou-se esta manhã para impedir a celebração da missa dominical, em protesto contra o padre António Magalhães, colocado recentemente naquela paróquia. Após intervenção da GNR, a igreja foi desimpedida para a passagem do sacerdote, mas este acabou por não celebrar.

Ainda o sol despertava tímido para um novo dia e a população de Seramil juntou-se em redor da igreja aquecida por um fogareiro improvisado. Viveram-se alguns momentos de tensão com a chegada do padre.

A intervenção da GNR, que lembrou tratar-se de crime punido por Lei o impedimento da passagem do sacerdote e o bloqueio das portas, acabou por surtir efeito. A porta foi aberta, mas a população ficou de fora.

O padre António Magalhães acabou por ir embora, depois de uma acalorada troca de palavras com alguns dos paroquianos presentes.

A população diz-se «humilhada e discriminada» pelo novo pároco. Diz que está a pôr em causa «usos e costumes» locais.

Da não celebração da missa de Todos os Santos, a 01 de Novembro, e da Imaculada Conceição, a 08 de Dezembro, de promessas e cultos antigos que não atende às solicitações da população, junta-se a não celebração da missa de ano novo. «Não houve missa vespertina, nem no dia. E houve paróquias que tiveram missa nos dois dias. Aqui nenhuma», conta Jorge Marques, porta-voz da população local.

Relata ainda que «uma senhora da freguesia tem uma promessa antiga ao Santíssimo  Sacramento e senhora de Fátima e pediu para a celebrar. Disse que não celebrava. Depois de muitos pedidos, só celebrou em Dezembro e só ao Santíssimo Sacramento. Acho que não gosta de nossa Senhora de Fátima». E relata ainda o falecimento de uma senhora que levou a família a vir de Inglaterra. «Vieram de Inglaterra (tinham voo marcado) e pediram para celebrar missa no domingo. Disse que só na segunda-feira. Acabou por fazer o funeral, sem missa».

Entre o conjunto de queixas, refere que o sacerdote «queria levar a catequese para outras freguesias e nós impusemo-nos. Temos condições (catequista se salas). Nunca reúne aqui. Temos que ir a outras paróquias».

PRESÉPIO CENTENÁRIO

A gota de água terá sido mesmo o Dia de Natal. «Temos um presépio centenário e celebramos e fazemos a visita ao presépio feito pelas crianças e adultos. Foi negado alegando que não anda por usos e costumes e que não é ‘pau mandado’ de ninguém».

Jorge Marques e a população hoje presente na igreja para impedir a realização do culto relatam uma postura do padre de «constante humilhação. Sentimo-nos humilhados. Nas homilias, está sempre com piadas, a chamar hipócritas, camelos…andam a encher chouriças».

Por isso, diz que não há forma de manter o padre. Vamos falar com o Senhor Bispo. É o fim de linha».

JUNTA APELA AO DIÁLOGO

O presidente de junta local, Rui Tomada, diz que «é um momento triste para o povo e para a diocese. Seramil não é isto». Na sua óptica, «falta diálogo com o padre e tudo se resolve. A igreja precisa de ouvir o povo e ajudar a resolver os problemas que geram insatisfação».

Assinala que «tem que haver motivos para este protesto, pois – caso contrário –  não estavam cá. É uma localidade com 50 casas e 150 pessoas. Estão todas cá e unidas a uma só voz. É sintomático».

Acredita que «o diálogo» vai ajudar a resolver as diferenças. «O padre está cá há pouco tempo e ainda não tem laços com a população. Vai-se adaptar a nós e nós a ele».

Confrontado com a possibilidade de uma intervenção da Diocese de Braga, sustenta que há essa hipótese, através do Conselho Económico. «Há essa disponibilidade», conclui.

PADRE ANTÓNIO MAGALHÃES ENVIA MENSAGEM

Minutos após a sua saída do local, o padre António Magalhães remeteu uma comunicação à nossa redação, com uma saudação de «Paz e Bem!» e de «Um Domingo agradável».

(Comunicação na íntegra)

FRATERNA COMUNICAÇÃO/SAUDAÇÃO

A fé e a celebração da Eucaristia é sempre uma proposta: uns acolhem, outros não. Assim, quando quiserem – se quiserem – saborear este encontro feliz com Jesus Cristo Vivo, basta informar-me que, como sempre fiz, organizarei a agenda para que tenhamos a celebração bela, nobre e digna do nosso Mistério da Fé maior, memorial da Páscoa do Senhor.

Entretanto, aproveito para desejar a todos um santo e belo Domingo – no Dia do Senhor – e não tendo oportunidade de partilhar na na mesa da Palavra, a meditação para este dia – a solenidade da Epifania do Senhor –alguns pensamentos simples que rezei e poderão ajudar a amadurecer e alicerçar a fé do peregrino Povo de Deus, inspirando-se nos sábios do Oriente, hoje memorizados. Os magos deixaram a sua terra e empreenderam uma longa viagem.

Impulsionados pela sua sede de verdade e salvação, caminharam sem desanimar até alcançar a meta; mas ninguém caminha em vão, porque Deus se faz encontradiço a quem O procura com sinceridade. «Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-l’O.» A incapacidade de adorar a Deus apoderou-se de muitos crentes que só procuram um “Deus útil”.

Só lhes interessa um Deus que sirva os seus projetos pessoais. Assim Deus converte-se num “artigo de consumo” do qual se dispõe segundo as conveniências e interesses próprios. Mas Deus não é isso. Deus é Amor infinito, encarnado na nossa própria vida. E, diante deste Deus, só nos cabe a adoração, o júbilo, a ação de graças.

O encontro dos magos com o Messias não significa o fim da procura, mas a reorientação do seu caminho: “regressaram por outro caminho”. Encontrar Cristo leva a mudar de caminho, a converter-se. Os Magos saíram outros, saíram diferentes do encontro com Jesus. Que bom também acontecer nas nossas vidas e comunidades! Ao encerrar as festas de Natal, duas perguntas: Jesus nasceu, mas na vida de cada um de nós, objetivamente, há lugar para Ele?

Jesus nasceu, mas estamos dispostos a ouvilo, a acolher as suas interpelações, a segui-lo, a tomarmo-nos verdadeiramente seus discípulos, relativizando por vezes a nossa vontade, o nosso poder, a nossa visão, o nosso conforto, a nossa comodidade, relativizando tudo isto para O seguir?

Na graça e paz do Bom Deus!

António Magalhães Sousa

 

[email protected]

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