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Manifestantes em Lisboa pedem ‘povo no poder’ em Moçambique

Cerca de duas centenas de pessoas marcharam este sábado entre a embaixada de Moçambique em Portugal e Praça do Comércio, em Lisboa, contestando a violência em Moçambique e a liderança no país, pedindo “o povo no poder”.

Os manifestantes entoaram palavras de ordem e contestaram os resultados das eleições gerais moçambicanas.

Além das palavras de ordem, empunhavam cartazes a dizer que “quem adormece na democracia acorda na ditadura” e rejeitando os resultados eleitorais, que deram a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder desde 1975.

Antes de começarem a descer em direcção à Praça do Comércio, os manifestantes entoaram o hino nacional de Moçambique.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) moçambicana anunciou em 24 de Outubro a vitória de Daniel Chapo com 70,67% dos votos nas eleições de 9 de Outubro para escolher o Presidente de Moçambique.

Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos, extraparlamentar), ficou em segundo lugar, com 20,32% dos votos, e contestou os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.

A cidade de Maputo registou na sexta-feira, pelo segundo dia consecutivo, confrontos entre apoiantes de Venâncio Mondlane e a polícia, que usou gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes.

Este sábado, pelo terceiro dia consecutivo, o acesso a várias plataformas de redes sociais através de operadores moveis, apresenta limitações, pelo menos em Maputo.

Mondlane apelou para uma greve geral e manifestações durante uma semana em Moçambique, a partir de 31 de Outubro, e marchas em Maputo em 7 de Novembro.

O candidato presidencial designou esta como a terceira etapa da contestação aos resultados das eleições gerais de 9 de Outubro anunciados há uma semana pela CNE, que se segue aos protestos realizados nos passados dias 21, 24 e 25.

Os protestos degeneraram em confrontos com a polícia, de que resultaram pelo menos 10 mortos, dezenas de feridos e 500 detidos, segundo o Centro de Integridade Pública, uma organização não-governamental moçambicana que monitoriza os processos eleitorais.

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