Um grupo de seis militantes do PSD de Viana do Castelo vai avançar com uma candidatura às eleições para a concelhia previstas para o final do ano para impedir que o partido na capital de distrito continue a “definhar”.
Em comunicado enviado esta quarta-feira à agência Lusa, os seis militantes, que dizem representar “mais de duas dezenas de social-democratas de Viana do Castelo”, propõem um “novo caminho” para “credibilizar” o partido, “envolver os militantes e todos os simpatizantes, libertar o partido da forma constrangedora como se tem apresentado ao escrutínio público” para ter “capacidade de agregar personalidades distintas e para restabelecer uma liberdade de comunicação entre os intervenientes dentro do partido e o público em geral”.
A comissão política concelhia do PSD é presidida, desde Setembro de 2020, por Eduardo Teixeira. O ex-deputado e actual vereador na Câmara vianense está a cumprir o terceiro mandato consecutivo como presidente da concelhia de Viana do Castelo.
MUDANÇA PROFUNDA
Álvaro Queirós, Duarte Martins, Luís Grenho, Luís Sanches Ferreira, Marília Nunes e Ricardo São João, militantes que subscrevem o comunicado, querem avançar “por um PSD forte, coeso e coerente, por um PSD verdadeiramente de todos os militantes e por um PSD capaz de defender novas ideias para Viana do Castelo”.
“Acreditamos que só uma mudança profunda será capaz de envolver as pessoas, militantes e simpatizantes à volta de uma verdadeira alternativa no concelho, de um partido capaz de fazer uma oposição construtiva, pró-activa e responsável com toda a coragem e tenacidade em prol do desenvolvimento que tanto ambicionamos para a capital de distrito do Alto Minho”, referem.
Dizem estar “atentos à realidade dos factos, saber melhor do que ninguém que reconstruir o partido, face às actuais circunstâncias, e apresentá-lo como uma verdadeira oposição e alternativa será um processo longo e que só com muito empenho, resiliência e atitude se poderá atingir esse objectivo”.
“Acreditamos que um caminho diferente e mais interventivo só se poderá fazer com um partido composto por pessoas capazes de agir. Pessoas capazes de voltar a agregar e que, com coragem, queiram abraçar este processo connosco”, sustentam.
Segundo os seis militantes do PSD de Viana do Castelo, “nos últimos anos e por culpa própria, [o partido] tem vindo a definhar”, sendo “notória a falta de adesão dos seus militantes e simpatizantes”.
“Acreditamos que um dos motivos para tal se deve ao desvirtuar de um conjunto de valores e opções fundamentais, cuja consagração e respeito consideramos indispensáveis para a construção e consolidação de uma sociedade mais justa e mais livre. O partido fechou-se em si mesmo. É tempo de mudar”, alertam.
Para os signatários do movimento de candidatura à liderança da concelhia da capital do Alto Minho, “é tempo do PSD voltar a integrar e a ouvir as suas bases e os seus militantes”, devendo para isso “envolver-se de toda a sua essência e abrir-se à sociedade”.