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Ministério Público abriu inquérito a agressões no Hospital de Famalicão

O Ministério Público confirmou esta terça-feira a abertura de um inquérito após as agressões a profissionais de saúde no Hospital de Famalicão, na passada semana.

A PSP de Braga, encarregue das primeiras diligências, já tinha indicado a este jornal na sexta-feira que tinham sido identificados no final da semana “a vasta maioria dos agressores”, mas as diligências prosseguem, não tendo informado quantos agressores foram identificados e se houve lugar a detenções. Já esta segunda-feira, fonte policial remeteu para a conclusão das diligências um novo ponto de situação.

Recorde-se que segundo Pedro Costa, presidente do Sindicato dos Enfermeiros – que na sequência deste caso pediu que a violência contra profissionais passe a ser crime público, repto feito também pela bastonária da Ordem dos Enfermeiros – o ataque à equipa deu-se depois de um utente ter recusado inscrição para ser atendido, protestando por não ser observado de imediato. Seguiram-se agressões por parte de membros da mesma família, que segundo os diferentes relatos envolveram 10 a 15 pessoas.

“Durante 45 minutos, o serviço de urgência do Hospital de Famalicão foi tomado por 15 pessoas que fizeram o que entenderam. Isto põe em causa a liberdade de todas as pessoas”, descreveu Pedro Costa, questionando também a demora na intervenção da PSP, dado que no local estava um segurança, também agredido, e até à chegada da polícia passou quase uma hora. Um dos enfermeiros, agredidos com uma barra de suporte de soro, ficou com a boca aberta e a cabeça partida, tendo havido outros dois feridos, entre eles uma enfermeira de 62 anos.

Desde 2018 foram reportados à plataforma Notifica da Direcção Geral da Saúde, de carácter facultativo, mais de 3 mil situações de violência física e psicológica no sector da saúde, estando ainda por divulgar o balanço completo do ano passado. Depois de um recorde de notificações em 2019, o número de casos relatados baixou 24% em 2020, para 852 queixas.

No ano passado, até ao final de Setembro, registava-se uma nova subida, com 752 casos reportados até Outubro de 2021. Dominam casos de violência psicológica, mas em 2019 as agressões físicas chegaram a representar mais de um quinto dos casos (23%), com mais de duas centenas de situações de confronto físico em ambiente de saúde.

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