O presidente da Câmara de Amares, Manuel Moreira, garantiu na Assembleia Municipal desta sexta-feira que “rasga” o acordo celebrado com a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE), no âmbito da transferência de competências do Governo para os municípios, caso não sejam desbloqueadas verbas para fazer obras na Escola Secundária.
Depois de interpelado por Mário Paula (Juntos por Amares – PSD/CDS-PP) e por Alexandra Teixeira (PS), a propósito dos mais recentes protestos contra as más condições da escola, o autarca disse que “os alunos têm toda a razão em protestar” e considerou que o estado atual da Secundária de Amares é “uma vergonha”.
Manuel Moreira lamentou que a candidatura apresentada pelo município ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) não tenha sido contemplada, mas mostrou-se “convencido” de que as obras serão financiadas, provavelmente no âmbito de um empréstimo ao Banco Europeu de Investimento (BEI) contratualizado pelo Governo.
“O que posso dizer é que, em janeiro, no âmbito da CIM [Comunidade Intermunicipal] do Cávado, teremos uma reunião com o ministro da Coesão Territorial [Castro Almeida] e esse assunto vai ser abordado”, explicou.
A “expectativa” do autarca é que no início do próximo ano as verbas sejam desbloqueadas e que seja possível à Câmara de Amares lançar o concurso para a reabilitação integral do edifício escolar, cuja estimativa orçamental aponta para uma necessidade de investimento de mais de nove milhões de euros.
No entanto, caso isso não aconteça, Moreira garantiu que tomará medidas drásticas. “Se o problema continuar sem se resolver, eu rasgo o acordo que fiz com a DGEstE. Quando o assinei, foi com a garantia de que haveria financiamento para as obras e que a Câmara pagaria 7,5%. O município está disponível para cumprir a sua parte, o Governo que cumpra a dele”, vincou o edil.