O ‘cluster’ de turismo Galiza-Norte de Portugal vai apostar na promoção da eurorregião junto de países como Estados Unidos da América, Canadá e Brasil, ao abrigo de um financiamento europeu de 690 mil euros.
O anúncio foi feito em Barcelos pelo presidente da Turismo Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins, durante um congresso Internacional sobre os Caminhos de Santiago.
“Vamos fazer promoção externa da eurorregião em mercados de grande dimensão, como os Estados Unidos, Canadá ou Brasil. Por que não podermos ir para esses escritórios com os nossos produtos, como os Caminhos de Santiago ou o vinho Alvarinho?”, referiu.
Para Luís Pedro Martins, o Norte de Portugal e a Galiza ganharão capacidade de escala se se apresentarem juntos. “Dois países, duas regiões, um destino, de certeza que ganhamos uma capacidade de escala diferente”, vincou.
O congresso sobre os Caminhos de Santiago representou, segundo Luís Pedro Martins, o “pontapé de saída” do ‘cluster’ turístico Galiza-Norte de Portugal, “o primeiro de uma eurorregião”.
Para aquele responsável, os Caminhos de Santiago são “um produto cada vez mais forte” do Porto e Norte e da Galiza.
Segundo adiantou, este ano, a partir de Portugal, já chegaram 93 mil peregrinos a Santiago pelo caminho central e 74 mil pelo caminho da costa. “Já passámos em muito os números do ano passado”, sublinhou.
Vincou ainda que, atualmente, a nacionalidade americana é a segunda a chegar a Santiago a partir de Portugal.
“Acredito que muitos dos turistas dos Estados Unidos que chegam através do Aeroporto Francisco Sá Carneiro estão, de facto, a fazer também os Caminhos de Santiago”, referiu.
Os Caminhos de Santiago serão, assim, um dos principais pilares do ‘cluster’ de turismo Galiza-Norte de Portugal, que obteve um financiamento de 690 mil dos fundos europeus.
O enoturismo, com destaque para o vinho Alvarinho, é outro dos trunfos do ‘cluster’, que vai ainda apostar na criação de uma marca e uma imagem próprias.
O diretor de Competitividade de Turismo de Galicia, Iván Meléndez Medela, disse que a criação do ‘cluster’ “mais do que uma oportunidade, é uma necessidade”, de forma a encontrar “novas sinergias e novas estratégias para dinamizar” a eurorregião.
“É muito mais o que nos une do que aquilo que nos separa”, afirmou.
O chefe da Divisão de Cooperação Internacional da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento (CCDR) da Região Norte, Vítor Deveza, disse que os Caminhos de Santiago são “o emblema da cooperação” entre as duas regiões.
“Mais do que um ativo cultural, são um ativo económico”, acrescentou, dando conta do empenho da CCDR na dinamização dos Caminhos de Santiago.
Já o diretor do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Galiza-Norte de Portugal, Nuno Almeida, enfatizou a necessidade de haver “um comboio decente” que ligue as duas regiões e de se criar de uma vez por todas o estatuto do trabalhador fronteiriço.