A localização da nova ETAR de Terras de Bouro «vai levar pouco tempo a decidir» e os trabalhos de construção devem começar «logo após». A garantia foi dada pelo Ministro do Ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, esta tarde, de visita ao concelho, onde presidiu à apresentação do balanço do Plano-Piloto do Parque Nacional da Peneda-Gerês. O desafio foi lançado pelo edil local, Manuel Tibo, que relembrou a «o problema gravíssimo». Chamou ainda a «atenção» para a falta de «força na rede» para abastecimento de água às populações, a «falta de segurança» nos miradouros e cascatas e a «urgência» na revisão do Plano de Ordenamento da Albufeira da Caniçada.
«Temos uma hesitação em torno da localização de uma ETAR, que vai levar pouco tempo a decidir onde é que é», referiu o governante, em declarações aos jornalistas, no final da cerimónia que decorreu no Centro de Interpretação Ambiental do Vidoeiro, na vila do Gerês.
À margem, Matos Fernandes congratulou-se com a implementação Plano-Piloto do Parque Nacional da Peneda-Gerês de prevenção de incêndios florestais e de valorização e recuperação de habitats naturais, lançado em 2016, depois do último grande incêndio registado no único parque nacional. «Este plano pôs fim a um conjunto de fragilidades, pois Governo, ICNF e autarquias começaram a trabalhar mais em conjunto», afirmou.
O aumento do número de vigilantes da natureza e de equipas de prevenção, as intervenções de reflorestação e protecção ambiental, a cobertura quase total de rede telemóvel, a atenção dedicada aos mosaicos de biodiversidade e uma articulação mais próximas com os agentes e populações locais foram apresentados como dados que contribuíram para «uma redução substancial da área ardida, em média mais de 50%, e uma melhoria da qualidade do PNPG».
8,4 MILHÕES PARA O PNPG E 21 MILHÕES EM TODO O PAÍS
Nos últimos dois anos, de acordo com os responsáveis, foram já investidos quase metade dos 8,4 milhões de euros projectados para 8 anos. «Foi um projecto muito inspirador, que levou a que avançássemos com mais cinco projectos idênticos a este em todo o País no ano passado e mais nove este ano. Estamos a investir 21 milhões de euros em projectos concretos de protecção da natureza em todo o País», vincou o governante.
Ao todo, o plano enquadra 11 projectos: restauro das matas do Mezio e do Rabiscal, programa de prevenção estrutural e conservação da mata nacional do Gerês, ordenamento e sustentabilidade da zona de protecção da Mata da Albergaria, informação e participação socioeconómica dos agentes locais, conservação das populações autóctones de pinheiros-silvestre e das florestas mediterrânicas de “taxus baccata”, melhoria da cobertura da rede telemóvel, expansão e melhoria de habitats prioritários e vegetação autóctone, revitalização dos sectores produtivos tradicionais e equipas e equipamentos para complementar a acção do Corpo Nacional de Agentes Florestais.
«Este é o caminho, mas precisamos de ter mais gente a trabalhar ao nível da prevenção, manutenção, conservação e valorização do PNPG», concluiu o governante, que deu garantias de que «este é o tipo de projectos que não vai acabar nunca».
TAXAS NA MATA DA ALBERGARIA: «Deve ser investido cá…» – Manuel Tibo
A melhoria dos acessos à Mata de Albergaria foi outro dos aspectos focados directa e indirectamente durante a cerimónia. Face às intervenções agora em curso, o presidente da câmara de Terras de Bouro referiu que «seria impensável que o Governo, ICNF e Município nãos assegurassem a sua manutenção».
Manuel Tibo foi mais longe: «a nossa preocupação é que o dinheiro resultante da cobrança das taxas tem que ficar no território para assegurar a sua manutenção e segurança. O dinheiro aqui cobrado faz sentido que seja aqui aplicado».