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PAN apresenta queixa contra abate de sobreiros em Famalicão

A Concelhia do PAN de Famalicão apresentou queixa ao Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR contra o abate de sobreiros em Outiz, no local onde está prevista a instalação de uma central fotovoltaica.

Em nota ao PressMinho, Sandra Pimenta, porta-voz do Pessoas Animais Pessoas famalicense, descreve como “catastrófico”, no que respeito aos ecossistemas naturais, o cenário que o partido encontrou quando visitou a zona, considerando que se assiste no Monte de Santa Catarina a uma “aniquilação total de um ecossistema único” no concelho.

“Ora, considerando que não se conhece qualquer autorização prévia, nomeadamente do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas – ICNF, entidade competente para autorizar o abate de árvores protegidas, como é o caso de sobreiros, o partido apresentou uma queixa, na passada semana, quer junto desta entidade, quer junto do SEPNA, solicitando fiscalização ao local”, avança esta segunda-feira.

A responsável do PAN afirma que “ainda recentemente no âmbito da nossa caminhada passamos neste local e sentimos a importância de proteger estes núcleos tão necessários à nossa biodiversidade. O que desconhecíamos era o que estava previsto para o local”.

Classifica o abate como “um atentado ao património natural de Famalicão, que irá provocar um tremendo impacto ambiental, com graves consequências na biodiversidade local, sendo que, de acordo com o que foi possível observar no local, estão previstos mais abates”. 

Sandra Pinta lembra que, em Julho, o PAN endereçou, como o PressMinho noticiou na altura, um conjunto de questões ao Executivo PSD/CDS sobre os projectos referentes a centrais fotovoltaicas, questões que ficaram sem resposta.

“A única informação disponibilizada pelo executivo é que estaria em fase de licenciamento um projecto para instalação de uma central fotovoltaica em Gemunde, Outiz”, diz, acrescentando que importa saber em que momento o Executivo deu parecer positivo a este abate.

“Esta foi também uma perda para todos os famalicenses que usavam aquele espaço para caminhar, praticar desporto ou simplesmente contemplar a natureza e a paisagem. Sendo aquele lugar conhecido como um miradouro natural, ao qual o povo famalicense tem uma forte ligação”, afirma.

“Em 2019, dados da Câmara Municipal, diziam que 70% do espaço florestal era ocupado por eucaliptos, dados detalhados sobre exemplares como sobreiros e carvalhos alvarinho (carvalho autóctone do noroeste peninsular) nem é conhecida, o que revela o estado miserável a que chegou a floresta no concelho de Famalicão, mas o Executivo continua a pensar que vai no caminho certo”, afirma a porta-voz.

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