O PAN questionou, esta quarta-feira, a ministra do Ambiente sobre o projeto que a Câmara Municipal de Terras de Bouro pretende fazer na cascata do Tahiti, no Parque Nacional da Peneda-Gerês, alegando questões de segurança.
Numa pergunta dirigida à ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, a porta-voz e deputada única do Pessoas-Animais-Natureza (PAN) escreve que “um dos pontos preferidos de visita” deste parque nacional é a cascata de Fecha de Barjas, conhecida como cascata do Tahiti.
O partido refere que o local tem registado alguns acidentes devido às “baixas condições de segurança, proporcionadas pela paisagem e trilho natural” sendo que alguns deles levaram a “perdas humanas”.
No texto, Inês Sousa Real escreve que “sobre o pretexto de aumentar a segurança no acesso à cascata do Tahiti, a autarquia de Terras de Bouro pretende construir vários acessos à mesma, gradeamento, um parque de estacionamento e um amplo miradouro por cima da cascata”.
“Não descurando a importância de se garantir a segurança e proteção dos visitantes desta zona, com um olhar atento às imagens divulgadas deste projeto conseguimos perceber que este não só desrespeita a paisagem natural do local, como vai muito para além da promessa de segurança”, critica.
A porta-voz do PAN refere que “apesar desta obra ter merecido a aprovação do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e da Associação Portuguesa do Ambiente (APA), o parecer em questão mereceu uma aprovação favorável condicionada”, salientando que não são conhecidas “as medidas de mitigação que terão de ser aplicadas”.
O partido pede que seja respeitada a natureza e biodiversidade do local e “mais transparência” sobre o projeto da autarquia.
Neste contexto, o PAN quer saber “qual a perspetiva do ICNF sobre o propósito e o objetivo da intervenção” e que medidas de mitigação foram impostas no seu parecer favorável condicionado.
O partido questiona ainda o Governo sobre se o ICNF consegue “garantir que o objetivo de trazer mais segurança aos visitantes” será assegurado com a intervenção em causa e que “medidas de prevenção foram ou estão a ser tomadas junto dos visitantes deste local, de forma a garantir que são observadas regras de segurança e que são conhecidos os perigos desta zona, de forma a minimizar o número de acidentes”.
Inês Sousa Real quer também saber que avaliação foi feita sobre os impactos deste projeto e se existe algum plano de socorro e resgate que contemple a atual disposição da cascata e respetivos acessos, e se foi criado um plano semelhante para a configuração prevista após a intervenção.