O grupo parlamentar do PCP na Assembleia da República questionou o Governo sobre o encerramento da têxtil Bipol, em Urgezes, Guimarães, deixando no desemprego cerca de 40 trabalhadores, maioritariamente mulheres.
No documento, os comunistas afirmam que os operários têm em dívida o salário do mês de Agosto, alguns dias de Setembro e o subsídio de férias. “São conhecidas situações de vários trabalhadores que se encontram numa situação financeira aflitiva, com muitas dificuldades em fazer face às suas despesas mais imediatas e fundamentais”, aponta o partido.
O PCP avança que “esta tentativa de despedimento dos trabalhadores não parece ter sido uma decisão súbita mas antes o resultado de um processo premeditado e conduzido com o objectivo de conduzir ao fim da empresa”.
Na pergunta ao Governo, o PCP refere que a empresa chegou a recorrer ao lay-off, “havendo no entanto informações que continuou a laborar nesse período”.
“Os proprietários da empresa Bipol foram também donos de uma empresa que no passado funcionou nas mesmas instalações e que entrou também em insolvência”, conta o PCP, apontando “possíveis negócios imobiliários” para o local onde se situa.
Perante esta situação, o grupo parlamentar do PCP pretende saber se o Governo conhece a situação da Bipol, que avaliação faz e quais as medidas tem em curso para viabilizar a têxtil vimaranense.
O PCP quer ainda saber quais as medidas que o Executivo de Luís Montenegro vai tomar para defender os postos de trabalho e direitos destes trabalhadores.
Finalmente, os comunistas perguntam se decorre algum processo de apuramento sobre o recurso que a empresa fez ao lay-off, e, se em caso afirmativo, qual a fase do processo e que informação é possível disponibilizar.
Refira-se que esta terça-feira de manhã, os trabalhadores concentraram-se à porta da empresa, protesto que foi acompanhado por dirigentes do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os Montes e por Torcato Ribeiro, eleito municipal da CDU em Guimarães e da Direcção da Organização Regional de Braga do PCP.