A vereadora da Acção Social da Câmara de Amares, Cidália Abreu, admitiu esta segunda-feira que «existem pessoas com dificuldades no concelho», sobretudo devido à pandemia, mas garantiu que «não há ninguém a morrer à fome».
Na reunião de Câmara desta segunda-feira, Cidália Abreu fez um esclarecimento, «no seguimento da última Assembleia Municipal», em que destacou o trabalho que tem sido feito na área social e lamentou que a vulnerabilidade social seja usada como «arma política».
Em causa está uma intervenção do deputado municipal Alberto Paz, do grupo Juntos por Amares (PSD/CDS-PP), que na Assembleia Municipal disse que «há pessoas a passar fome» em Amares.
Segundo a vereadora, a “Arca dos Sonhos” – banco de recursos da autarquia – «tem feito um trabalho de grande articulação» com as várias entidades que estão no terreno, procurando dar resposta às situações de carência que são identificadas.
Cidália Abreu afirmou que «os pedidos de ajuda triplicaram em tempo de pandemia», mas lembrou que os casos têm que ser devidamente analisados, a fim de aferir a pertinência do apoio, de acordo com o regulamento existente – que considera ser eficaz.
«É lamentável dizer-se que há pessoas a morrer à fome quando há este banco de recursos. O apoio que damos não é nem nunca será uma bandeira deste executivo, porque tem que ser feito com discrição e sem publicidade», frisou.
O esclarecimento acabou por dar origem a uma longa troca de argumentos no executivo.
Para o vereador do PS, Pedro Costa, «morrer à fome é uma expressão excessiva», mas «é um facto» que em Amares «há pessoas a passar fome».
«Reconheço o trabalho feito na área social, mas muito mais poderia ser feito, sobretudo com mais organização. Urge fazer alguma coisa quanto à clarificação dos critérios da “Arca dos Sonhos”, que na minha opinião não são claros», apontou.
