A requalificação do portinho de pesca de Vila Praia de Âncora passa pela construção de um anteporto que deve estar concluído entre 2026 e 2030 e custar pelo menos 15 milhões de euros.
“Esperamos lançar o concurso para a obra no fim de 2024. Dois anos será sempre o prazo mínimo para a obra, pelo que, se correr tudo bem, poderá estar concluído em 2026 ou, se correr muito mal, em 2029/2030”, indicou a secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho, durante a apresentação do projeto escolhido no âmbito de um estudo do Instituto Superior Técnico, em Vila Praia de Âncora, concelho de Caminha.
A proposta encontrada para melhorar a segurança da navegação no acesso ao porto de pesca “não ficará abaixo dos 15 milhões de euros” e terá de ser candidatada a financiamento, explicou José Simão, da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM).
Por agora, vai ser preparada uma candidatura para o financiamento do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), através do Mar 2030, acrescentou o responsável, explicando que os próximos nove meses serão dedicados à parte burocrática, nomeadamente à elaboração do EIA.
“Antes do fim de 2024 não estaremos em condições de ter o projeto de execução concluído, de ter a totalidade do montante da obra apurado e de estar a preparar a candidatura para financiamento”, observou José Simão.
A solução escolhida vai ficar “na vizinhança imediata do porto existente”, com a construção de um anteporto “que funciona como zona de transição entre o mar aberto e o atual porto”, descreveu Trigo Teixeira, autor do estudo e professor do Instituto Superior Técnico.
No atual molhe Norte vai ser feita “uma abertura para criar uma nova boca de acesso ao porto”.
“PASSO PARA O FUTURO”
Para o presidente da Câmara de Caminha, Rui Lages, a escolha do projeto corresponde a “um grande passo para o futuro”.
“Queremos ser uma estrutura local de âmbito nacional”, afirmou, pedindo ao Governo que encontre “financiamento para a obra”.
O assoreamento no portinho de Vila Praia de Âncora, que conta com pouco mais de 20 embarcações de pesca tradicional e uma centena de pescadores, é um problema recorrente devido à configuração do portinho, construído há mais de uma década.
Estima-se que a atividade piscatória envolva perto de 200 pessoas em Vila Praia de Âncora, da pesca propriamente dita à venda ou restauração.