Armando Gonçalves foi «uma das figuras povoenses mais proeminentes do séc. XX», começa a Câmara Municipal. Assim, sendo que amanhã se comemora o centésimo aniversário do seu nascimento, será homenageado no Município.
No seu percurso, destacam-se os seus papéis como Provedor da Santa Casa da Misericórdia, como Presidente da Casa do Povo e como Presidente da Câmara Municipal.
A homenagem terá lugar numa cerimónia pelas 10h00 da manhã, com uma eucaristia no Salão Paroquial da Póvoa de Lanhoso, à qual se segue uma romagem ao cemitério.
Pelas 11h45 será descerrada uma placa alusiva ao centenário do seu nascimento, na Praça Central. A esta praça foi atribuído o nome Armando Rodrigues, decisão aprovada por unanimidade em Assembleia Municipal.
Um homem «sonhador e realista»
Armando Gonçalves Rodrigues nasceu na Vila da Póvoa de Lanhoso no dia 20 de Dezembro de 1924, único filho de Américo Rodrigues e Maria Ferreira Gonçalves.
Formou-se em Engenharia Eletrónica na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Durante a sua vida, foi Provedor da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, tendo dado início ao projeto de construção do designado «Bairro da Misericórdia», ao que se deve a preservação do Palacete das Casas Novas.
Foi, ainda, Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso e da Casa do Povo. Em obras, construiu o Pavilhão Gimnodesportivo na Avenida 25 de abril e a extensão de Taíde da Casa do Povo.
Nos seus cargos, juntam-se os de Presidente do Conselho Geral da Federação das Casas do Povo do Distrito de Braga, Delegado do Grémio do Comércio e Membro da Corporação da Lavoura, bem como o de Presidente da Assembleia Geral do Sport Clube Maria da Fonte.
Por fim, a convite do Comendador António Maria Santos da Cunha, Governador Civil de Braga, em dezembro de 1970, assumiu o cargo de Presidente da Câmara Municipal, função que desempenhou até ao final da vida.
Assim, neste cargo, iniciou a obra de fornecimento de energia elétrica às freguesias, a eletrificação da avenida da república, a recuperação e apetrechamento da Casa da Mesa, no Monte do Pilar e transferiu a posse do Campo dos Moinhos Novos para o Sport Clube Maria da Fonte.
Veio a falecer a 23 de Setembro de 1972 aos 47 anos. Foi condecorado pelo Ministério das Corporações e, a título póstumo, pela Câmara Municipal, com a Medalha de Honra – Grau Ouro.
«Era um sonhador e um realista, o engenheiro Armando Rodrigues. A sua vida agitadíssima, dado o seu dinamismo e grandes qualidades de trabalho… Ao menos fica a sua vida como exemplo para os vindouros e a sua memória jamais perecerá na mente dos que tiveram a dita de o conhecer e das gerações que se sucederem e dele venham a ouvir falar», pode ler-se, no jornal Maria da Fonte, ao noticiar a morte do presidente.
«O Concelho está de luto» informa, na edição de 30 de setembro de 1972.