É uma nova tentativa para travar a demolição do Prédio Coutinho, o edifício de habitação que a câmara municipal de Viana do Castelo quer demolir há vários anos.
O pedido de classificação do prédio Coutinho como imóvel de interesse público é liderado pelo arquitecto Fernando Maia Pinto, da Universidade do Porto.
Em declarações à agência Lusa, o arquitecto explica que o edifício está bem conservado e que merece ser preservado. Para Maia Pinto, a demolição é criminosa.
“É crime público. É uma coisa tão visível. Deitar abaixo habitação num país tão pobre como o nosso. É uma coisa tão criminosa que é um dever cívico uma pessoa lutar pelas coisas em que acredita. Acredito que não deve ser demolido o prédio Coutinho num país que tem falta de habitação e tem falta de dinheiro”.
A candidatura foi formalizada junto da Direcção-Geral do Património Cultural. Entre os signatários estão Manuel Monteiro, antigo presidente do CDS-PP, Joaquim Letria, jornalista, José Ribeiro e Castro, advogado e antigo presidente do CDS-PP e Jorge Estrela Ribeiro de Melo, professor catedrático.
O edifício de 13 andares já chegou a ser habitado por 300 pessoas. Actualmente, tem apenas 14 moradores.
A demolição do prédio está prevista desde 2000, ao abrigo do programa Polis, para ali ser construído o novo mercado municipal. O processo sofreu vários avanços e recuos. Já este ano, em Janeiro, foi uma vez mais suspenso, a aguardar decisão judicial da providência cautelar movida pelos últimos moradores do prédio Coutinho.