Para Ricardo Rio, a recente distinção de Braga como Melhor Destino Europeu em 2021 é “uma alavanca poderosíssima” para a retoma económica e turística, não apenas de Braga, mas para toda a região.
O presidente da Câmara de Braga, que falava esta quarta-feira no encontro online ‘Relançar o Turismo: Contributos da Cultura’, acredita que o actual impacto mediático desta distinção “terá efeitos mais duradouros a médio e longo prazo” e criticou “o desinvestimento do Estado em relação à salvaguarda do património e à sua valorização “.
No encontro, realizado no âmbito do programa no âmbito das ‘Conversas Com Serralves’ sobre a retoma do turismo no período pós-pandemia e a relevância do turismo cultural para as cidades e para o país, o autarca bracarense sustentou que efeito da distinção de Braga como Melhor Destino Europeu em 2021 “será certamente mais duradouro e queremos continuar a capitalizá-lo durante o máximo de tempo possível, tal como aconteceu com Lisboa e com o Porto, cidades que receberam este título há alguns anos e que continuam a beneficiar desse reconhecimento”.
Durante a conversa, organizada pela Fundação Serralves, no Porto, e que contou com a participação da secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, Ricardo Rio considerou que prémio atribuído pelo European Best Destinations veio coroar o “inquestionável trabalho de afirmação internacional da marca Braga”.
“Nos últimos anos, conseguimos projectar a imagem da cidade além-fronteiras numa estratégia concertada, que reforçou a visibilidade de Braga e a posicionou como um destino de eleição não apenas para visitantes, mas também para quem nos procura para viver, estudar, trabalhar ou investir”, referiu, destacando a capacidade que a cidade possui para “oferecer experiências turísticas diferenciadoras”.
DESINVESTIMENTO DO ESTADO
Ricardo Rio sublinhou igualmente a importância da Cultura como pilar fundamental do modelo de desenvolvimento preconizado para a cidade.
“A Cultura é um elemento essencial para fomentar a qualidade de vida de uma cidade. Este é um pilar que está vertido no nosso Plano Estratégico de Desenvolvimento e que já começou a dar frutos, desde logo com o facto de termos sido eleitos Cidade Criativa da UNESCO na área das Media Arts”, acrescentou, dando ainda conta do trabalho que está a ser desenvolvido no âmbito da candidatura a Capital Europeia da Cultura em 2027.
Ricardo Rio lamentou o desinvestimento do Estado Central em relação à salvaguarda do património e à sua valorização, em benefício das dinâmicas culturais. “
“Infelizmente temos por todo o país, não apenas em Braga, muitos monumentos nacionais cuja valia é reconhecida, mas que depois são votados ao abandono porque não é canalizado qualquer investimento por parte do Estado Central para apoiar a sua preservação e conservação. É algo que deve ser melhorado no futuro”, afirmou.